
Três nomes fundamentais do cinema de animação japonês terão seus filmes exibidos na mostra “O Universo de Miyazaki | Otomo | Kon”, na Caixa Cultural de Curitiba, entre 15 e 22 de julho.
O projeto contempla 18 longas-metragens dos diretores Hayao Miyazaki, Katsuhiro Otomo e Satoshi Kon, trio de realizadores mais influente do anime japonês autoral contemporâneo.
O evento promove ainda atividades gratuitas, como oficina de mangá e um curso sobre a obra de Miyazaki (ambos com inscrições encerradas), ministrado por um dos curadores da mostra, Jansen Raviera, estudioso da obra do criador nipônico.
A curadoria feita por ele e Simone Evan privilegiou a obra de autores que usaram a linguagem popular do anime para criar com abordagens mais profundas e poéticas uma nova face do “cinema de arte”.
“Houve uma grande massificação do anime pelo mundo na forma de séries de tevê. Estes filmes usam a linguagem do anime, mas são mais próximos do grande cinema mundial”, aponta Raviera. “Eu odeio dizer isso, mas animação é considerada por muitos ainda um subgênero infantil. Estes filmes encantadores provam que o anime vai muito além e serviu para renovar o cinema de arte nas décadas de 1980 e 90”, explica.
A mostra começa com “Vidas ao Vento” (2013), mais recente filme de Hayao Miyazaki (fundador do Studio Ghibli e diretor do clássico “Meu Vizinho Totoro”). O longa foi anunciado como o filme de despedida do diretor de algumas das obras mais importantes da cinematografia de animação japonesa e mundial – como o ganhador do Oscar “A Viagem de Chihiro” (2001).
“Foi o trabalho inovador de Miyazaki que abriu caminho para que outros artistas imprimissem traços mais autorais aos seus trabalhos”, explica o curador.
Os outros autores selecionados na mostra foram influenciados diretamente por Myazaki, caso de Katsuhiro Otomo e seu icônico “Akira” (1988); e Satoshi Kon com os impactantes “Paprika” (2006) e “Atriz Milenar” (2001).
“Estes filmes são criações geniais, feitos sem roteiro final e contam histórias que fogem das fórmulas das narrativas que nos acostumamos a ver em filmes da Disney, por exemplo”, diz Raviera.
Mangá
Outra atividade da mostra é uma oficina de mangá (histórias em quadrinhos produzidas no Japão) ministrada pelo desenhista Dilermano Santos. Nela, os alunos terão noções básicas sobre a narrativa no estilo nipônico, abordando os aspectos estéticos dos três diretores em destaque na mostra, além de produzir seus próprios mangás.



