
Depois de ter dirigido trabalhos como Apocalypto (2006) e de ter estrelado o dramático Um Novo Despertar (2011), que teve direção de Jodie Foster, Mel Gibson decidiu voltar aos filmes de ação, gênero que o consagrou.
Talvez o retorno sinalize uma tentativa de Gibson de reconciliação com o mercado cinematográfico e o público. Desde suas primeiras declarações antissemitas, as obras de que o ator participa têm sofrido uma espécie de boicote nos Estados Unidos. Seu novo filme, Plano de Fuga, que estreia hoje nas salas brasileiras, nem chegou a estrear nos cinemas norte-americanos foi direto para a tevê.
Dirigido pelo iniciante Adrian Grunberg, o filme conta a história de um ladrão de banco (Gibson), que ultrapassa a divisa mexicana em sua fuga e acaba preso no El Pueblito, presídio mexicano onde perigosos bandidos convivem com pessoas que decidem viver lá por vontade própria. Entre elas está um garoto de 9 anos (Kevin Hernandez) que tem suas histórias ligadas à de Frank (Peter Stormare), criminoso e chefão do presídio. Ele acaba, no entanto, se afeiçoando ao ladrão gringo e, para se manter viva, a dupla decide se ajudar.
Aos 56 anos, Gibson mostra que ainda tem o fôlego do ator iniciante que brilhou em Mad Max (1979), do diretor George Miller. Em Plano de Fuga, cujo roteiro é assinado pelo ator, vemos um cinquentão dando ritmo a cenas memoráveis, como um intenso e bem dirigido tiroteio. Equivalente à boa atuação do veterano, aliás, é a do pequeno Hernandez.
Para quem ainda precisa de motivos para assistir ao filme, vale prestigiar a participação brasileira do compositor Antonio Pinto. Responsável pela trilha de grandes produções, como Cidade de Deus (2002) e Senhor das Armas (2005), ele também assina as músicas deste longa.



