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Cinema

Circo montado à italiana

68.ª edição do Festival de Veneza tem início hoje. Novos filmes de George Clooney, David Cronenberg e Roman Polanski estão entre as principais atrações do evento

Tudo pelo Poder: exibição do novo longa-metragem dirigido por George Clooney abre o evento | Fotos: Divulgação
Tudo pelo Poder: exibição do novo longa-metragem dirigido por George Clooney abre o evento (Foto: Fotos: Divulgação)
Viggo Mortensen interpreta Freud no novo filme de Cronenberg |

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Viggo Mortensen interpreta Freud no novo filme de Cronenberg

Antes de ver os filmes não dá para saber se Veneza, que começará hoje com Tudo pelo Poder, de George Clooney, conseguirá superar a magnífica safra do seu rival, Cannes, que apresentou duas obras-primas em concurso, A Árvore da Vida, de Terrence Malick, e Melancolia, de Lars von Trier. Mas que a 68.ª mostra veneziana, a mais antiga do mundo, promete, isso ninguém há de negar. Pelo menos é o que se pode deduzir pelos nomes respeitáveis que trazem seus novos filmes para a ilha de Lido.

Ali, serão exibidos os mais recentes trabalhos de diretores do porte de Roman Polanski, David Cronenberg, Abel Ferrara, William Friedkin, Alexander Sokurov e Steven Soderbergh. O evento também deve abrir caminho para novos talentos que, embora ainda pouco conhecidos, serão projetados internacionalmente a partir desta vitrine privilegiada.

George Clooney estará de volta à competição com Tudo pelo Poder, quinto filme que dirige e título escolhido para abrir oficialmente o certame. Em 2005, Boa Noite, e Boa Sorte garantiu a ele dois prêmios, roteiro e melhor ator (David Strathairn). Na nova produção, Clooney é assessor direto de um pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos. Já confirmaram presença em Veneza, além do ator-diretor, os atores Ryan Gosling, Paul Giamatti, Marisa Tomei e Philip Seymour Hoffman.

Os doutores Freud e Jung também têm compromisso agendado na cidade italiana. Eles são protagonistas do mais recente (e antecipadamente polêmico) drama do cineasta canadense David Cronenberg. Quem interpreta os ícones da psicanálise são os atores Viggo Mortensen e Michael Fassbender. A inglesa Keira Knightley faz uma paciente-cobaia daquilo que o título sugere: A Dangerous Method.

Apaziguado o imbróglio policial-diplomático que imobilizou Roman Polanski em uma prisão suíça, ele volta a Veneza depois de 40 anos, quando foi concorreu com o cult A Faca na Água. O cineasta polonês compete agora assinando Carnage, com Jodie Foster e Kate Winslet.

Aos 76 anos, quem comparece pela primeira vez a esta disputa pelo Leão de Ouro é o veterano William Friedkin (O Exorcista, Operação França), que em Killer Joe traz Matthew McConaughey como o assassino profissional que tem um estranho contrato com o traficante vivido por Emile Hirsch.

Países

Completam o quadro dos 22 concorrentes filmes da China, França, Japão, Israel, Grécia, Inglaterra, Alemanha, Rússia e a seleção dos filmes italianos – são três os concorrentes peninsulares este ano, dois deles pelo menos já conhecidos do cinéfilo mais atento: Cristina Comencini, que apresenta Quando la Notte, e Emmanuelle Crialese, com Terraferma. Fecha a trinca Gian Alfonso Pacinotti com L’Ultimo Terrestre.

Mas a maioria vem mesmo dos EUA. São seis produções, o que nem sempre garante qualidade digna de festivais, mas assegura o glamour do tapete vermelho com a presença já confirmada dos principais nomes desses elencos, como Colin Firth, Gary Oldman, John Hurt, Evan Rachel Wood, Willem Dafoe, Carey Mulligan, Christoph Waltz, John C. Reilly, Mia Farrow, Christopher Walken, Matt Damon, Jude Law, Monica Bellucci, Chiara Mastroianni, Matthieu Amalric, Isabela Rossellini.

É esse apelo midiático que garantirá ao festival a visibilidade que os patrocinadores exigem. Afinal, parte da conta de Veneza é paga pelo Estado italiano e parte pelas marcas famosas de carros, celulares e perfumes, que gostam de associar suas imagens aos grandes astros.

Desse modo, as majors, como são chamados os grandes estúdios americanos, mesmo não competindo, ajeitam as coisas para que seus filmes lá estejam, fora de concurso, em sessões especiais, e que as celebridades que deles fazem parte compareçam para dar entrevistas aos jornalistas e acenos aos fãs

Nessa condição, uma das presenças mais esperadas do Lido será a popstar Madonna, que apresenta seu filme W. E., sobre os amores do rei Eduardo VIII e a divorciada americana Wallis Simpson. No caso de Madonna, o filme é o de menos. Se for bom, ótimo. Se não for, paciência. Ela vindo, tudo resolvido. E, claro, pensando pelo lado da estrela e do seu estafe, não se pode desprezar um evento como o de Veneza, que reúne mais de 3 mil profissionais (bem, alguns não tão profissionais assim) de imprensa do mundo todo.

O Brasil assegurou participação em duas mostras paralelas, e com filmes rubricados por mulheres.

Os dois homenageados especiais deste ano são o italiano Marco Bellocchio, com o Leão de Ouro pela carreira, e Al Pacino, que mostra pela primeira vez seu novo filme como ator e diretor, Wild Salome, baseado em Oscar Wilde. De passagem, Pacino ainda leva o troféu Glória pela Carreira.

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