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Clássico dos clássicos

Sai no Brasil Aurora, obra-prima do cineasta alemão Friedrich W. Murnau

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

O cineasta alemão Friedrich Wilhelm Murnau (1888-1931) talvez não soubesse, mas já havia inscrito seu nome na história da sétima arte quando foi convidado para fazer um filme nos Estados Unidos. Tinha no currículo Nosferatu (1922), um dos marcos inaugurais do expressionismo, A Última Gargalhada (1924) e Fausto (1926), todos considerados clássicos da cinematografia germânica. Mas a fonte de sua genialidade não havia secado, muito pelo contrário.

Os executivos do estúdio Fox, impressionados com sua breve porém espetacular filmografia, esperavam produzir um grande sucesso. Mas ninguém em Hollywood poderia imaginar que o diretor se superaria artisticamente, realizando sua maior obra-prima, Aurora (1927), filme mudo que finalmente ganha edição em DVD no Brasil, lançad0 pela distribuidora Versátil.

As inegáveis e múltiplas qualidades do longa-metragem de Murnau renderam-lhe o primeiro Oscar de melhor filme da história. No entanto, a produção falhou na missão considerada essencial pela Fox: foi um retumbante fracasso comercial, talvez porque tenha subvertido fórmulas narrativas e estéticas que já se consolidavam em Hollywood.

Aurora é construído como um drama moral arquetípico. Conta a história de um fazendeiro casado que se apaixona por mulher da cidade e planeja afogar sua esposa (Janet Gaynor, Oscar de melhor atriz ), mas se arrepende e faz tudo para ser perdoado.

Murnau, um artista inquieto e dado a experimentações, introduziu uma série de inovações estéticas em Aurora. Para criar justaposições de imagens, por exemplo, cobriu metade do visor da câmera e filmou uma cena. Depois, voltou o negativo ao ponto inicial, cobriu a outra metade e rodou uma nova seqüência. Como resultado, obteve um dos mais instigantes casamentos até hoje celebrados entre o cinema narrativo americano e o experimental europeu. Também venceu o Oscar de melhor fotografia. Mas o público não estava preparado para tanta novidade e se mostrou confuso diante do filme.

Foi preciso que o peso dos anos aos poucos fossem colocando Aurora na posição que merece ocupar dentro da história do cinema. Hoje, é citado em grande parte das listas dos dez melhores filmes de todos os tempos.

Depois de Aurora, Murnau faria mais um grande longa-metragem, Tabu (1931). Não viveria para vê-lo estrear, contudo. Morreu em um acidente de carro na Califórnia, com apenas 42 anos.

Contam os historiadores que havia em seu enterro, na Alemanha, apenas 11 pessoas — por conta de seu temperamento difícil, não era muito popular entre seus iguais. Quatro deles, no entanto, valiam por mil: os cineastas Robert Flaherty (documentarista e autor do clássico Nanook of the North) e Fritz Lang, além dos atores Emil Jannings, com quem trabalhara em A Última Gargalhada, e a diva sueca Greta Garbo. GGGGG

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