O estranho aparecimento de discos gêmeos de duas artistas diferentes

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A semelhança impressiona. Um abre com toques suaves de piano falando do Anjo Gabriel que caiu do céu. O outro abre com toques suaves de piano falando da distância do mar e da iniciação de uma menina. As vozes das cantoras-autoras são quase sussurradas. Dois discos, duas artistas diferentes que talvez nunca tenham se ouvido. Dois discos gêmeos na proposta, no jeito das autoras cantarem e no clima e ambientação que os envolvem.

Falo dos trabalhos da curitibana Ana Larousse e da gaúcha Dom La Nena. E aí vão mais coincidências. A gaúcha mora em Paris e a curitibana já morou em Paris. Os dois trabalhos foram lançados em 2013 e as composições são carregadas com o spleen de Baudelaire.

As duas cantam de uma maneira sussurrada com voz de meninas adolescentes. Os discos têm produção límpida, com as vozes colocadas sobre poucos instrumentos. Dois discos de canções íntimas, simples, baseadas na MPB, em valsinhas e no folk, com pitadas pop.

Dom La Nena, ou Dominique Pinto, seu verdadeiro nome, tem 24 anos, é pianista, violoncelista e compositora e lançou o disco de estreia Ela. Ana Larousse toca violão, é compositora e escritora e lançou o disco de estreia Tudo Começou Aqui. As duas iniciaram as gravações em 2011, para lançar só em 2013.

Larousse tem como fiel escudeiro no disco e na vida o amigo inseparável Leo Fressatto. La Nena teve o trabalho dividido com o inglês Piers Faccini. Elegantes, sinceros, comoventes. Trabalhos irmãos, se não gêmeos, muito próximos. Larousse ganha nas letras, La Nena ganha na qualidade instrumental.

Pizzicato

Shows da semana

No Teatro do Paiol, amanhã, Carlos Careqa faz o lançamento em Curitiba do seu ótimo disco Made in China, com primorosa coproduçao musical de Márcio Nigro. Um trabalho de música pop brasileira com composições inspiradas, criativas e marcantes. É o oitavo disco do compositor catarinense, formado no Paraná e que adotou São Paulo como centro de operações.

No dia 14, no Teatro Sesi Portão (R. Pedro Leonardo Nunes, 180) encontram-se os violões e a voz de Lucina e João Egashira no espetáculo Amikeco, que mistura músicas do cancioneiro brasileiro e composições autorais.

Lucina é aquela da dupla com Luli, que tem mais de 800 músicas compostas, e lançou sete discos de sucesso dos anos 1970 a 1990. Na carreira solo, tem mais cinco trabalhos lançados e está gravando CDs só ela e o violão, a convite do músico, produtor e pesquisador Ney Marques. Já teve composições gravadas por variados artistas, como Ney Matogrosso, Nana Caymmi, Joyce, Wanderléa e Zélia Duncan.

João Egashira é violonista, compositor e arranjador, criador do Clube do Choro de Curitiba e diretor musical da Orquestra à Base de Cordas de Curitiba, com a qual já se apresentou com Lucina e de onde veio a parceria musical entre os dois.

Sick Sick Winners

Neste começo de setembro, o trio curitibano Sick Sick Sinners (Vlad Urban, Cox e Emiliano) detonou a América do Norte. Participou com glórias de festivais nos Estados Unidos e no México sendo apresentada como a banda de psychobilly da América Latina com maior presença no mundo.

Esta foi a quinta turnê internacional da banda, que faz o que ela mesma apelidou de "psychobilly maldito". O guitarrista, cantor e compositor Vlad Urban também é o organizador do Psycho Carnival de Curitiba, festival conhecido e respeitado internacionalmente. Além disso, é proprietário da ótima cerveja Diabólica.

Musicletada

Nos dias 21 e 22 de setembro, entrada da primavera, acontece na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. a edição 2013 da Musicletada. Com várias atrações musicais, oficinas e debates sobre mobilidade e reciclagem, entre outros.

Homem Canibal e Catarse

A banda Homem Canibal está no site Catarse, de crowdfunding (ou patrocínio coletivo, ou simplesmente vaquinha) pedindo o financiamento para a finalização do quarto disco. Quem quiser apoiar a banda é só ir lá no site www.catarse.me/homemcanibal.