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A Rua Trajano Reis tornou-se uma das regiões mais agitadas de Curitiba | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
A Rua Trajano Reis tornou-se uma das regiões mais agitadas de Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Uma das funções do urbanismo é dirigir a cidade por um determinado caminho. Mostrar como certos bairros devem ser ocupados. Pode dar certo ou dar errado. É a população com seus movimentos próprios quem decide por último. Por vezes, o planejamento perfeito no papel não ganha a compreensão ou a simpatia da população. Mas há também o caminho inverso, quando os moradores elegem locais e os urbanistas por distração ou razões técnicas não notam o que está acontecendo.

Certo dia, saindo da Gazeta e indo, já na madrugada, de táxi para casa, passei primeiro pela Rua Riachuelo e comentei com o motorista sobre a revitalização do local, que estava vazio. Logo depois, passamos pela Trajano Reis, e o local fervilhava de pessoas. O motorista, Evandro, então comentou que aquele sim era um local para ser revitalizado. E explicou sua ideia, clara, que a população de Curitiba já adotou, mas os urbanistas ainda não.

Ele afirmou que a prefeitura deveria fazer uma ligação, com uma revitalização semelhante à da Rua Riachuelo, entre o Largo da Ordem e a Praça do Gaúcho. Fazer da Trajano esta ligação, com melhoria nas calçadas, na iluminação, com mais espaço para pedestres e bicicletas. Talvez implantar ali a primeira ciclovia que realmente funcione em Curitiba e que não seja apenas para passeio, mas uma alternativa de trânsito.

A prefeitura já tentou transformar o Rebouças em um bairro cultural e boêmio, mas a intenção não se concretizou. A população elegeu o Bairro São Francisco como o melhor para este viés cultural e boêmio de Curitiba. Quem terá razão?

Eu apoio integralmente a sugestão do taxista Evandro e quero iniciar aqui uma campanha pela revitalização da Rua Trajano Reis, como ligação entre o Largo da Ordem e a Praça do Gaúcho, e a fixação do Bairro São Francisco com um enclave cultural e boêmio de Curitiba. Quem aí é a favor, levanta a mão.

Tchau leitores

Há pouco mais de três anos, esta coluna surgiu com o seguinte primeiro parágrafo:

"Curitiba tem recebido mitos da música internacional. Já vieram José Carreras e Charles Aznavour. Agora, John Mayall bate à porta. Depois, em junho, vem Chuck Berry. Esta coluna que se inicia hoje saúda a todos, mitos ou desconhecidos, estrangeiros ou locais. A música é uma paixão e não tem fronteiras. O espaço que se abre aqui, no entanto, é para a música do Paraná. Não, isso não tem nada a ver com regionalismo ou qualquer outro ismo. Longe, muito longe desse papo de "o Sul é o meu país", quero apenas conversar com vocês, leitores, sobre as coisas feitas por aqui. Sem preconceitos (nada além dos meus próprios), sem reserva de mercado, sem jabá. Uma conversa semanal em que o assunto será a música e os músicos locais, sua produção e sua integração com o mundo."

Então falava de Waltel Branco, mestre dos músicos do Brasil, parnanguara, a quem pedia bênção para iniciar a coluna. Comentava o disco Mestre Waltel, gravado pela Orquestra à Base de Sopro, e a dificuldade de encontrá-lo nas lojas, até mesmo nas da Fundação Cultural de Curitiba, apesar de a Orquestra ser mantida pela Fundação e do disco ter sido propiciado pela Lei de Incentivo à Cultura.

Lá se foram quatro anos. Algumas mudanças vieram. Aumentou o espaço para a música paranaense na mídia local. Esta Gazeta e outros jornais, televisão, rádio e muitos blogs pela internet têm falado sobre ela. Bandas do estado levam seus shows por todo o país.

Outras coisas não mudaram ou ficaram piores. A dificuldade de encontrar discos produzidos por aqui continua a mesma. José Carreras, citado lá na primeira coluna, não teria mais vindo a Curitiba porque a Pedreira Paulo Leminski está fechada.

Depois de quatro anos, os tempos já são outros. O MySpace está falindo e o Orkut sendo esquecido. O Twitter, o Facebook e o YouTube bombando. E a música do Paraná também faz história pelas mídias sociais.

Depois de tanto trabalho e mudanças, todos precisam de descanso, de férias e reformulação. Por isso, dou férias e descanso a todos.

O colunista entra de férias e volta daqui a quatro semanas.

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