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Acordes Locais

Rogéria canta Alice

Rogéria Holz: jeito simples e competente de cantar Alice Ruiz | Divulgação
Rogéria Holz: jeito simples e competente de cantar Alice Ruiz (Foto: Divulgação)

Há uns anos, observei uma mulher cantando dentro do carro. Todo mundo, uma vez ou ou­­tra, canta dentro do automóvel, mas daquela vez não era algo assim tão natural. Ela cantava como se estivesse no palco. Gestos, caretas, concentração nos dez segundos da parada no semáforo. Parecia uma diva, uma "road-diva", com seu palco particular e minúsculo a conduzí-la pela noite de Curitiba. Foi a primeira vez que vi Rogéria Holtz cantando. Não podia ouvi-la, pois os vidros do car­­ro estavam fechados. Feliz­­men­­te, a voz e a fina estampa de Ro­­géria já estão disponíveis em discos, vídeos na internet e sites próprios (http://www.myspace.com/rogeria­­holtz) e ela pode ser vista e ouvida quando quisermos. Mas o melhor mesmo é assisti-la ao vivo. É um acontecimento. No palco, ela nos conduz por caminhos poéticos e sensíveis que nos surpreendem e comovem. E Rogéria estará hoje no palco, a partir das 21 horas, no Teatro Positivo. E em ótima companhia. Estará com Alice.Alice Ruiz, como todo bom poeta, é muitos. Alice, que acaba de vencer o Prêmio Jaboti de Poesia com o livro Dois em Um, é das me­­lhores letristas do país. Que o di­­gam Itamar Assumpção, Ar­­nal­­do Antunes, Paulo Tatit, Iara Ren­­nó, Alzira Espínola, Waltel Branco e Zeca Baleiro, que também estará hoje no palco em uma participação especial em duas músicas, entre inúmeros outros parceiros. O encontro entre Alice e Rogéria vem de longe, mas ficou mais forte no ano passado, quando se concretizou o projeto Rogéria Holtz no País de Alice, que resultou num belo álbum e em uma série de shows.

"Rogéria interpreta minhas músicas do jeito que eu gostaria de cantá-las. Eu gosto de falar do simples. E música, a pessoa tem que entender na primeira vez que es­­cuta", teria dito Alice sobre Ro­­géria, segundo release de apresentação do espetáculo. A poeta fala sério pois a dicção de Rogéria é perfeita, talvez aprimorada pelos anos de experiência em locução para rádio e tevê.

Já escrevi uma vez nesta coluna, também falando sobre Ro­­géria, como é difícil domar uma voz. O contralto da cantora é poderoso, sai fácil, sem esforço e deve dominar o palco do Teatro Posi­tivo, fazendo o enorme espaço fi­­car parecido com o carro no qual vi Rogéria cantar pela primera vez. Mas ela não é só força: é técnica e sensibilidade. A noite promete nesta quarta-feira curitibana.

O disco foi produzido por Celso Fonseca, que também gravou guitarra e violão, junto com o grupo principal de músicos: Arthur Maia (baixo), Jorjão Barreto (teclado) e Alex Fonseca (bateria). Mas, no show de hoje, a formação está diferente: Fábio Cardoso (teclado), Glauco Sölter (baixo), Edu Sallum (bateria), Emerson Antoniacomi (guitarra), Vina Lacerda (percussão, Hermes Bruchmann (violão aço). E ainda canjas de Zeca Baleiro, Murillo da Rós e Alice Ruiz. O espetáculo terá a abertura de Wellington Wella (mais um Prêmio Jabuti, sobre o palco. Wella o conquistou há duas edições, com o livro Brasil ao Pé da Letra da Canção Popular).

Serviço: Rogéria Holtz no País de Alíce, participação especial Zeca Baleiro. 7 de outubro, às 21 horas. Teatro Positivo (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300). Ingressos: R$ 40 e R$ 20, à venda pelo site www.diskingresso.com.br, nos pontos de venda Disk ingresso e na bilheteria do Teatro Positivo, por R$ 40.

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