Cozinha simples

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Desde que o ator Rodrigo Hilbert começou o seu programa no ano passado, Tempero de Família, muita gente se apaixonou pelo jeito simples de ele cozinhar e de se comunicar com o espectador. Não é à toa que a atração alcançou uma grande audiência, e já está em sua terceira temporada, que estreou no fim do mês passado no canal pago GNT.

Agora, depois de cozinhar com a mãe, com amigos e primos, chamar a sogra para fazer uma receita (e tocar gaita ao mesmo tempo), Hilbert foi conhecer o tempero de outras famílias, mais especificamente, as do subúrbio do Rio de Janeiro.

Mas o jeitão despreocupado continua (felizmente), mesmo nas cozinhas alheias: pano de prato no ombro, danças com as donas da casa em meio a pratos e panelas, dedo na receita (o que rende algumas broncas das participantes, e uma certa aversão para quem segue uma higiene mais rígida na cozinha) e, principalmente, receitas de pratos que, de alguma forma, já fazem parte do cotidiano dos brasileiros. Tem feijoada, cozidos e até comida árabe diretamente de Bangu.

Além disso, o passeio pelo subúrbio em busca de receitas tradicionais em Santa Cruz, Madureira, Praça da Bandeira, Nova Iguaçu e Irajá, conta um pouco da história do Rio de Janeiro e das famílias participantes. Afinal, por trás de cada prato que costuma compor os domingos dessas pessoas, há sempre um bom causo para contar.

No primeiro episódio, Hilbert foi cozinhar com a família de Celso e Cristiane Ribeiro – ficamos sabendo que os dois acabaram se conhecendo depois que um ex-namorado de Cris se recusou a ir a um samba. Ela e Rodrigo cozinharam um menu de domingo com "sustância" e tradicional na casa: salada de acelga (feita pelo filho mais velho de Cristiane), costela com polenta e ambrosia de sobremesa.

Quem não conhece ambrosia precisa provar: é um dos melhores doces do mundo (à base de ovos), mas que dá uma trabalheira danada para fazer. Parece bem simples olhando o Rodrigo e a Cristiane cozinharem. Mas não se engane: não é tão fácil acertar o ponto, e tudo pode acabar em uma cor verde bizarra (experiência própria). De qualquer forma, a trabalheira muito provavelmente valha a pena.

Em casa

É inegável que vivemos em uma onda da gastronomia e do "gourmet". E, apesar da frescura em excesso, com ingredientes e combinações muito exóticas e pouco convincentes, a enxurrada de programas de televisão sobre o assunto trouxeram um ótimo resgate do cozinhar em casa. Essa essência é ainda mais presente em Tempero de Família: todos os moradores envolvem de alguma forma no processo. Mesa farta posta, se reúnem para comer. Como deve ser em um bom domingo.

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