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  • Cena de A Viagem de Chihiro, considerada a obra-prima do estúdio Ghibli
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Se você gosta de cinema, esta é a melhor notícia do ano: a Versátil lança daqui a pouco uma caixa com filmes de Hayao Miyazaki: guarde esse nome (se é que já não conhecia).

Ele é o que as pessoas chamam de "Walt Disney japonês", mas não sei se a comparação é justa.

Para o meu filho de 8 anos, "Disney" é um parque de diversões para onde os coleguinhas dele viajam nas férias. E "Hayao Miyazaki" é sinônimo de cinema. Para ser específico, é sinônimo de A Viagem de Chihiro (2001). Enquanto escrevia este texto, telefonei para ele, explicando que precisava de ajuda. Eu diria uma palavra e ele deveria me responder com a primeira coisa que viesse à cabeça.

"Disney."

"Lugar."

"Hayao Miyazaki."

"Filme."

(Sendo um pai nerd, adoro ouvir meu filho citar um diretor japonês usando nome e sobrenome. Embora ele fale os dois como se fosse uma coisa só: "raiaumiazaqui".)

O japonês não tem um parque temático, mas tem um museu em Tóquio. E seu estúdio se chama Ghibli. Assim como Disney, Miyazaki também é autor de desenhos animados, duas dúzias deles. Hoje, a maior diferença do oriental em relação à maioria dos ocidentais que se dispõem a produzir uma animação é que o estúdio de Miyazaki faz filmes no muque.

Nada de traquitanas digitais, computação gráfica e efeitos especiais. Se existe algum auxílio tecnológico – imagino que eles usem computadores em alguma etapa do processo –, ele não fica visível no resultado final. Os desenhos são artesanais.

É curiosíssimo perceber que um recurso que poderia parecer tosco (os computadores criam cada vez mais animações morbidamente parecidas com pessoas) acaba criando um efeito muito mais romântico. Da simplicidade aparente dos desenhos, as figuras acabam sendo mais verdadeiras que um personagem criado por computadores com bilhões de detalhes e poros e pixels.

Comece pela Chihiro. Depois vá para O Castelo Animado (2004). A essa altura, você vai perceber que Miyazaki gosta de contar histórias com detalhes mágicos e personagens surreais: um fogo do inferno alimenta um castelo com pernas, um homem com vários braços coordena a central de aquecimento de uma casa de banhos com clientes bizarros. E continue com Ponyo: uma Amizade Que Veio do Mar (2008), todos já lançados no formato DVD.

Agora, a caixa a ser lançada pela Versátil inclui A Princesa Mononoke (1997), Nausicaa – A Princesa do Vale dos Ventos (1984) e Meu Amigo Totoro (1988). Desses três, só vi o Totoro, um exemplo perfeito do que é um miyazaki.

Na história, uma família troca a cidade por uma região bucólica, para viver numa casa grande, cheia de criaturas estranhas (o que eles ainda não sabem). A mãe está doente no hospital e o pai é quem cuida das duas filhas. Não demora muito e elas conhecem um bicho. Ele parece um gato gigante, que anda em duas patas (Miyazaki tem um lance com gatos), e se aproxima das meninas num momento de crise – quando a mais nova se perde e a mais velha entra em pânico porque não consegue encontrar a irmãzinha.

O roteiro é simples, mas os personagens vão ficar com você para sempre.

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