
Em um corredor escuro, o silêncio aterrorizante só é interrompido por grunhidos que você não sabe de onde vêm. Passos soam a alguns metros, então você se vira e é atingido por tiros na cabeça. A última imagem que você vê é o teto, enquanto o sangue escorre por todo o seu campo de visão. Retry?
Se essa cena é recorrente em filmes de ação ou livros de suspense, há 20 anos ela se tornou corriqueira também em videogames. E isso se deve muito ao PlayStation. Além de revolucionar os games em termos gráficos, de qualidade, de número de jogos e de mercado, o console lançado pela Sony em 3 de dezembro de 1994 saiu do quarto dos filhos e foi instalado na tevê dos pais. Não é à toa que vendeu mais de 104 milhões de unidades.
"Resident Evil, com aqueles cachorros, não é para crianças. É sinistro" avalia Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame.
O PlayStation não foi o primeiro a ter jogos adultos. A indústria de videogames tinha 20 anos à época de seu lançamento, e seu público já era amplo. Os CDs permitiram gráficos melhores, o que tornou os jogos passíveis de emular a realidade. Tudo isso acabou incorporado e está simbolizado no PlayStation.
A história conta que a Nintendo tinha acertado com a Sony parceria para lançar um console com jogos em CD. As empresas não se acertaram, e a Nintendo quebrou o acordo para firmar contrato com a Philips. Foi então que a Sony criou um console próprio.
Os PlayStation 2, 3 e o mais recente 4 não foram tão revolucionários quanto o 1 aprimoraram tecnologias novas, mas jamais mostraram novidades tão avassaladoras. Ainda assim, no embalo do sucesso de seu antecessor, o PS2 vendeu mais de 157 milhões de unidades e é o videogame mais comercializado da história. Mas Pablo Miyazawa, jornalista especializado em cultura pop, não tem tanta certeza quanto ao futuro:
"Um console tão caro só se mantém em empresas saudáveis. Será que a Sony vai ter bala para lançar o PS5 daqui a cinco anos?"



