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Estreia

Corações de Ferro é repleto de clichês

Filme tem méritos técnicos, mas é chato e desnecessário | Giles Keyte/ Divulgação
Filme tem méritos técnicos, mas é chato e desnecessário (Foto: Giles Keyte/ Divulgação)

A fórmula é manjada. Um punhado de soldados norte-americanos, em larga inferioridade numérica, se lança em um combate suicida contra um oponente terrível que quer destruir a nossa civilização.

Na batalha, os códigos de honra do exército e a bravura própria dos cowboys são mais poderosos que qualquer arma inimiga. No outro lado da trincheira já estiveram índios, comunistas, alienígenas, vietnamitas e jihadistas. No caso de Corações de Ferro, filme dirigido por David Ayer e estrelado por Brad Pitt que estreia hoje em Curitiba, é o exército alemão nazista.

O recorte temporal baseia-se nos momentos finais da 2ª Guerra Mundial quando as tropas aliadas já progrediam em território alemão e Hitler convocou, como última cartada, até mulheres e crianças para o combate.

Toda ação se passa em um único dia. Cinco anos depois de escalpelar nazistas em Bastardos Inglórios (2009), Pitt volta ao front para encarnar um sargento líder num tanque de guerra ocupado por um grupo de soldados brutalizado pelo combate.

Nos longos 130 minutos do filme, porém, é difícil destacar uma cena que não recorra a um clichê do gênero. O roteiro cheio de lugares comuns e diálogos forçosamente dramáticos deixa a impressão de que o espectador já viu esse filme mais de dez vezes.

Ayer aposta em personagens estereotipados: o sargentão dura, mas justo; o soldado malucão; o novato que vai perdendo a inocência com os horrores da guerra.

Escanteado

Esnobado pelo Oscar, o filme parece ser mais um exemplo da disputa recente entre diretores americanos para ver quem faz a obra mais violenta e realista possível.

Corações de Ferro, aliás, é uma carnificina, com várias cenas de massacres em grande escala. A violência extrema e a mecânica do combate dentro de um tanque lembram os videogames em que o jogador atira em tudo que se mexe na tela. Talvez por isso o filme tenha feito grande bilheteria nos Estados Unidos no ano passado, principalmente com o público adolescente.

Tecnicamente a produção tem méritos na direção de arte, nos efeitos especiais e especialmente na fotografia. Pouco, no entanto, para salvar um filme chato e desnecessário.

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