
Existe uma nova música country no ar. Revigorado, com um visual mais sofisticado e menos rural, o gênero anda conquistando o topo das paradas nos Estados Unidos e conseguindo um feito e tanto: tocar nas rádios das grandes cidades, de vocação pop e urbana, e fazer sucesso até entre os que antes não davam lá muita atenção ao estilo, algo que, em certa medida, vem ocorrendo também no Brasil.
Já há nomes consolidados, que despontam como campeões de venda e de popularidade. Entre as vozes femininas, a grande estrela é Carrie Underwood, vencedora da quarta edição do reality show American Idol que alçou altos voos e já vendeu mais de 11 milhões de cópias de seus três álbuns, além de ter ganhado cinco troféus Grammy. Seu último CD, Play On, lançado no fim de 2009 e ainda inédito no Brasil, já está a caminho de conquistar o segundo Disco de Platina, correspondente a dois milhões de exemplares e gerou três canções de sucesso: "Cowboy Casanova", "Temporary Home" e "Undo It".
No time dos homens, Blake Shelton e o neozelandês Keith Urban, atual marido da atriz australiana (nascida nos EUA) Nicole Kidman, disputam a coroa de novo rei da country music. São altos, fortes e, embora vistam botas da caubói, estão longe de ter o visual típico dos vaqueiros mascadores de tabaco.
Há, no entanto, gente ainda mais nova e bem interessante no celeiro. A texana Miranda Lambert, elogiada por suas belas composições, de apelo um pouco menos pop do que as de Carrie e mais autênticas, vem chamando muito a atenção de público e crítica. Com seu terceiro álbum, o ótimo Revolutions, conquistou neste ano prêmios da Academia de Country Music nas categorias de álbum do ano, melhor cantora e vídeo do ano, pela canção "White Liar", segundo single do disco. O terceiro, "The House that Built Me", já chegou ao primeiro lugar da parada country da Billboard e se posicinou entre as 30 músicas mais tocadas em qualquer gênero nas rádios norte-americanas.
Festejadíssima pela crítica, Miranda, filha de detetives particulares, é elogiada por demonstrar espantosa maturidade artística para seus 27 anos e também por conseguir incluir em um formato acessível às novas gerações elementos da música country mais genuína, que vão desde os arranjos, mais acústicos, com a utilização de banjos e violinos, até as letras, que remetem à vida no interior.
Mais impressionante, contudo, é o sucesso do trio Lady Antebellum, formado em 2006 na cidade de Nashville, no estado do Tennessee. Charles Kelley (vocalista e backing vocals), Dave Haywood (backing vocals, violão, piano e bandolim) e Hillary Scott (vocalista) estrearam com o álbum Love Dont Live Here, que vendeu mais de um milhão de cópias e gerou singles de sucesso, entre eles a faixa-título, "Lookin for a Good Time", e "I Run to You", que se tornou o primeiro a alcançar o topo da Billboard, em julho de 2009.
Esse êxito preparou o terreno para o lançamento do novo disco do trio, Need You Now, que acaba de chegar às lojas brasileiras pela EMI. Assim como o álbum, a canção que lhe dá nome conseguiu quebrar paradigmas: chegou aos primeiros lugares não apenas da parada country, mas também do disputadíssimo Top 100, que engloba faixas de todos os gêneros. A música, uma balada romântica crossover, com evidentes elementos country mas perfeitamente adequada ao paladar pop radiofônico, está em alta rotação por aqui também.
Uma curiosidade: o nome Lady Antebellum tem suas raízes na Guerra Civil Americana, conflito entre os estados do Norte e do Sul que durou entre 1861 e 1865 e terminou por unificar o país e abolir a escravidão. O termo em latim antebellum significa antes da guerra e é muito usado para definir tudo que seja peculiar ao período, como a arquitetura e a arte, que antecede o embate de secessão nos Estados Unidos.
Serviço:
Revolutions. Miranda Lambert. Columbia Nashville. Preço médio: US$ 11,88 (importado). GGGG
Need You Now. Lady Antebellum Capitol/EMI. Preço médio: R$ 29,90; GGG






