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Cinema

Coutinho deixa filme inédito sobre jovens

Documentarista deixou, em fase de pós-produção, o longa-metragem Palavra, que fala sobre adolescência da perspectiva de estudantes de escolas públicas

Coutinho: Cinemateca organiza uma mostra sobre o cineasta | Flávio Florido/ Folhapress
Coutinho: Cinemateca organiza uma mostra sobre o cineasta (Foto: Flávio Florido/ Folhapress)

O cineasta Eduardo Cou­­ti­­nho, assassinado no último domingo, aos 80 anos, estava trabalhando na pós-produção de um novo longa-metragem, um documentário intitulado Palavra. O filme foi gravado entre os meses de novembro e dezembro de 2013, e aborda o universo dos adolescentes. O diretor entrevistou 30 alunos do ensino médio da rede pública da cidade do Rio de Janeiro.

Para ser lançado, o filme dependerá da autorização do também documentarista João Moreira Salles, sócio da VideoFilmes, produtora do documentário. Coutinho deixou com a montadora Jordana Berg, que editou vários longas-metragens do diretor, como Edifício Master, uma lista de todo o material rodado, com anotações a respeito do que deveria ser descartado e o que gostaria que fosse aproveitado no longa.

Em uma das marcações na decupagem, o cineasta pediu para excluírem o trecho em que ele dizia a um dos entrevistados que o filme "provavelmente não daria certo". Jordana, entretanto, o teria convencido a manter a fala, sugerindo, inclusive, que ela fosse utilizada no início da produção.

Mostra

O documentarista também estava se preparando para gravar um média-metragem para o projeto Memória do Esporte Olímpico, em parceria com o canal pago ESPN. O personagem escolhido seria Luisão, massagista que acompanhou a delegação brasileira nos últimos cinco Jogos Olímpicos.

A Cinemateca Brasileira deverá organizar, para o mês de março, em São Paulo, uma mostra com a filmografia de Coutinho, com debates e sob a curadoria do crítico Ismail Xavier, também professor de Cinema da Universidade de São Paulo (USP). Coube também à Cinemateca restaurar o documentário Cabra Marcado para Morrer (1984), considerado uma de suas obras-primas do diretor. O DVD deverá ser lançado em março pelo Instituto Moreira Salles.

Filho

O delegado Rivaldo Bar­­bosa, titular da Divisão de Homicídios, afirmou ontem que já foi esclarecida a motivação da morte do cineasta, esfaqueado pelo filho. Daniel Coutinho, que sofre de esquizofrenia, confessou que tinha medo de viver e pretendia cometer suicídio, mas não queria deixar os pais desamparados. Primeiro, ele atacou a mãe, Maria das Dores Oliveira. Em seguida, o pai.

Após esfaquear os dois, ele deu duas facadas em seu abdômen. "O caso está esclarecido. Não há mais dúvidas para a Divisão de Homicídios", afirmou Rivaldo Barbosa, em entrevista ao telejornal RJTV, da Rede Globo. Daniel Coutinho permanece internado no Hospital Miguel Couto, no Leblon, e teria dito estar arrependido do que fez. De acordo com o boletim médico divulgado na manhã de ontem, seu estado de saúde é estável.

Maria das Dores foi transferida nesta segunda-feira para uma unidade de saúde particular. Daniel foi ouvido informalmente pela polícia na segunda-feira no hospital por um policial com formação em psicologia.

A Justiça converteu em prisão preventiva a prisão em flagrante de Daniel. Com problemas psiquiátricos e também ferido, Daniel está internado sob custódia no Miguel Couto, de será transferido, assim que tiver alta hospitalar, para uma unidade psiquiátrica pela Secretaria de Administração Penitenciária.

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