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Ensaio da Camerata Antiqua de Curitiba na Capela Santa Maria: fundado há 35 anos por 16 músicos curitibanos, grupo destacou-se ao interpretar obras barrocas desde meados da década de 1970 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ensaio da Camerata Antiqua de Curitiba na Capela Santa Maria: fundado há 35 anos por 16 músicos curitibanos, grupo destacou-se ao interpretar obras barrocas desde meados da década de 1970| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

No final da década de 1960, uma pianista curitibana destacava-se. Não só pelo talento, mas também pelo interesse pela música. Cursos internacionais de música aconteciam com frequência, promovidos pela então Secretaria de Educação e Cultura. Professores do Brasil e da Europa se revezavam à frente de alunos como ela, Ingrid Müller Seraphim, que no ano de 1974 reuniu um grupo de 16 jovens músicos e fundou um grupo de música antiga. E com a presença e a experiência do maestro Roberto de Regina, tinham início as atividades da Camerata Antiqua de Curitiba, que completa 35 anos de existência.

"Ganhamos dois cravos do consulado alemão, além de muitas partituras. Esse foi o início de tudo", resume Ingrid, professora de cravo da Escola de Música e Belas Artes do Paraná por 32 anos.

Curiosamente, a primeira apresentação da Camerata foi na cidade catarinense de Brusque. Cravos e violinos tinham mais espaço, e a música barroca era destaque. Ao final dos anos 1970, era um dos únicos conjuntos que se dedicavam às obras do período.

"O barroco foi o começo de tudo. Tocamos com desenvoltura aMissa em Si Menor e a Paixão Segundo São Mateus, de Bach, e Messias, de Händel. Mas o trabalho das orquestras e dos conjuntos vai evoluindo. A Camerata começou com música barroca porque foi essa a inspiração que nos veio", explica Ingrid, pianista desde os 5 anos.

O barroco ainda faz parte do repertório, mas, com o passar dos anos, a viola gamba deu lugar ao violoncelo; o cravo ao piano; e o violino barroco – que possui afinação diferenciada – ao violino tradicional.

"Se tivéssemos um grupo especializado em música barroca que só tocasse isso, iríamos restringir o público e o campo de trabalho dos músicos. Outra dificuldade é o acesso aos instrumentos da época. Na Europa, por exemplo, é tudo mais fácil. Toda cidade pequena tem seus teatros com instrumentos típicos", explica a pianista, que deixou a Camerata Antiqua em 2001 e hoje dá aulas particulares de piano.

Novos tempos

Depois de se dedicar ao barroco e à renascença, o grupo passou a tocar também o repertório de compositores contemporâneos. Desde 1974, já são oito LPs e seis CDs gravados e mais de mil apresentações no Brasil e no exterior. Atualmente, a Camerata Antiqua é formada por uma orquestra de instrumentos de cordas (17 instrumentistas), por um coro (16 cantores) e deve passar por mais modificações.

Uma possível e polêmica alteração, anunciada no último dia 8 de abril, pela Fundação Cultural de Curitiba, prevê o fim do antigo conselho dos músicos e a contratação do maestro Wagner Polistchuck para o cargo de diretor artístico.

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