
O filme romântico vampiresco "Twilight" ("Crepúsculo") faturou U$ 7 milhões em exibições à meia-noite de sexta-feira nos Estados Unidos, um prenúncio da boa bilheteria que se espera para a produção. Trata-se da versão para a telona do romance de Stephenie Meyer que se tornou uma febre entre os jovens, especialmente entre as mulheres.
O ator Robert Pattinson é um vampiro imortal apaixonado pela mortal Bella Swan (Kristen Stewart). Ele respeita a integridade dela, mas outro vampiros estão ávidos pelo sangue da jovem. As críticas compiladas pelo site Rotten Tomatoes deram uma média de 43% ao longa de um total de 118 avaliações.
Da literatura ao cinema
Dirigido por Catherine Hardwicke (de "Aos 13"), o longa fez sua estréia nos EUA na última sexta-feira cercado de expectativa e no dia 19 de dezembro chega ao Brasil para saciar a curiosidade de milhares de fãs da saga "Twilight" (no original, em inglês), criada em 2005 pela escritora americana Stephenie Meyer. Quase um "Romeu e Julieta" sobrenatural, a trama gira em torno do romance proibido entre a adolescente desajeitada Isabella Swan (Kristen Stewart) e o encantador vampiro "vegetariano" Edward Cullen (Robert Pattinson).
O novo fenômeno literário foi editado em 32 países e vendeu mais de 25 milhões de exemplares no mundo, conquistando uma legião de fãs ardorosos formada principalmente por garotas. No Brasil, já foram publicados os dois primeiros dos quatro volumes da série. As vendas de "Crepúsculo" estão em 100 mil exemplares - o livro está em terceiro lugar na lista de best-sellers do país. Já "Lua nova", o segundo livro da saga, está em quarto na lista e já vendeu mais de 120 mil cópias.
Em janeiro próximo, a editora Intrínseca coloca nas prateleiras 150 mil exemplares de "Eclipse" e, ainda no primeiro semestre de 2009, chega às livrarias "Amanhecer" ("Breaking dawn"), que encerra a série e foi lançado nos EUA em agosto com estardalhaço. Somente no primeiro dia, foi vendido 1,3 milhão de cópias.
O sucesso alcançado por Stephenie Meyer entre adolescentes, com sua trama que une romances intensos e personagens fantásticos, levou a mídia a compará-la a J.K. Rowling, a criadora do bruxinho Harry Potter, principalmente depois que "Eclipse" desbancou "Harry Potter e as Relíquias da Morte" do topo da lista dos mais vendidos do "New York Times". Com isso, os holofotes foram direcionados para a a escritora do Arizona, que era também uma pacata dona de casa e mãe de família até tornar-se uma popstar no meio literário.
A coincidência entre as duas autoras e suas obras pára por aí, mas nos filmes baseados nos livros ela vai um pouco além. O ator Robert Pattinson, 22 anos, que viveu Cedrico Diggory em dois filmes da série do bruxinho ("Harry Potter e o Cálice de Fogo" e "Harry Potter e a Ordem da Fênix"), é o galã de "Crepúsculo". Ele vive o "jovem" Edward - vampiro com 100 anos de idade, mas corpinho de 17 - que faz parte de um clã que rejeita sua monstruosidade e decide se alimentar apenas de animas, o que o torna um "vegetariano" em sua espécie.
A princípio, boa parte dos fãs se opôs à idéia de ver Pattinson no papel de Edward. Em fóruns, ele chegou a ser comparado a um gárgula, devido a sua beleza pouco clássica, mas a aversão durou pouco. Hoje, mesmo antes do filme estrear, já é difícil encontrar quem não veja no ator o encantador vampiro dos livros, levando a reações histéricas de adolescentes pedindo para serem "mordidas".
Para a diretora, o maior desafio de levar "Twilight" para as telas são os próprios fãs da saga: eles querem que o filme seja o mais fiel possível à história que os encantou, e fazer o contrário significaria deixar escorrer pelo ralo um arrasa-quarteirões certeiro. Os seguidores de "Crepúsculo" não são passivos: em sites de relacionamentos e páginas feitas em homenagem à série eles produzem toda uma variedade de fanfics (contos e vídeos baseados nos livros), trailers e pôsters por conta própria, e dão pitacos sobre tudo.
É na internet que se tem uma idéia maior do sucesso dos livros. Somente o canal oficial do filme no YouTube tem mais de 3 milhões de acessos e, no Orkut, são pelo menos 20 comunidades relacionadas aos livros e ao longa com mais de mil membros, sendo a mais popular, "Crepúsculo - Twilight Série", dona de quase 25 mil integrantes, a maioria deles garotas apaixonadas pelo vampiro Edward. E o site oficial da série no Brasil tem mais de 6 mil usuários cadastrados e cerca de 50 mil participações no fórum de discussões.
Com todo o frissom em torno da série é difícil que o filme não emplaque entre os grandes sucessos da temporada, principalmente depois que seu maior rival, a versão para os cinemas de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", teve sua estréia adiada de dezembro para julho do ano que vem, deixando as portas abertas para "Crepúsculo".
O longa pode ser o primeiro arrasa-quarteirão do estúdio independente Summit Entertainment, de "Os Irmãos Grimm". Produzido com módicos - para padrões americanos - 37 milhões de dólares, a versão do best-seller tem que arrecadar pelo menos US$ 20 milhões na semana de estréia nos EUA para ser considerado um sucesso. Se a bilheteria global ultrapassar os US$ 150 milhões, a produtora recebe o sinal verde para as filmagens de "Lua nova" e os fãs poderão continuar a ver o romance de Edward e Bella na tela grande.










