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Prêmio

Cristovão Tezza conquista o prêmio Portugal Telecom de Literatura

Este é o quarto prêmio que o escritor ganhou pelo romance "O Filho Eterno"

Cristovão Tezza não escondeu a felicidade com o prêmio Brasil Telecom | Luciana Prezia/Divulgação
Cristovão Tezza não escondeu a felicidade com o prêmio Brasil Telecom (Foto: Luciana Prezia/Divulgação)

O romance autobiográfico "O Filho Eterno" (Record) rendeu ao escritor catarinense Cristovão Tezza o primeiro lugar do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa. A conquista do prêmio na noite de quarta-feira completou uma espécie de 'grand slam' literário do autor.

O professor da Universidade Federal do Paraná e colunista da Gazeta do Povo venceu o Prêmio Jabuti de melhor romance, o Prêmio Bravo! e a láurea da Associação Paulista de Críticos de Arte. Depois do Portugal Telecom, Tezza ainda concorre, na noite de sexta-feira (31), ao Jabuti de livro do ano, na categoria ficção. Esta categoria, disputado por todas as obras finalistas, é divulgado somente na cerimônia de entrega dos troféus, organizada pela Câmara Brasileira do Livro.

"Ainda não sei o que fazer com o dinheiro, mas tenho um plano de me aposentar da universidade em julho do ano que vem", comentou Tezza sobre o prêmio no valor de R$ 100 mil, na cerimônia de entrega.

Com um grande sorriso, Tezza subiu ao palco montado na Casa Fasano para cumprimentar o ministro da Cultura português José Antonio Pinto Ribeiro e abraçar a atriz Fernanda Montenegro que ao longo da cerimônia, apresentou leituras de Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector.

O segundo lugar com prêmio no valor de R$ 35 mil foi dividido entre Beatriz Bracher (pelo romance "Antonio", Editora 34) e António Lobo Antunes ("Eu Hei-de Amar uma Pedra", Alfaguara/Objetiva). Bernardo Carvalho ficou em terceiro e levou R$ 15 mil por "O Sol Se Põe em São Paulo" (Companhia das Letras).

Terminada a sessão de fotos e o assédio de jornalistas de emissora de tevê, rádio, internet e impressos, Tezza reencontrou o amigo e também escritor José Castello, integrante do júri que apontou os vencedores, e disse em meio a gargalhadas: "Eu me senti o Marcello Mastroianni em Oito e Meio!". A referência é ao filme de 1963, dirigido por Federico Fellini, em que o ator italiano interpreta um cineasta. Numa cena determinada, Mastroianni é fulminado por flashes de fotógrafos e perguntas de jornalistas.

Escolha

No processo de votação dos dez jurados, cada um escolhe seus três candidatos – do primeiro ao terceiro colocado – e vai embora sem saber do resultado final. Uma empresa de auditoria apura os votos e divulga os vencedores somente na noite de gala.

"Eu quero que o Cristovão fique rico", disse Luciana Villas-Boas, editora da Record que apostou em "O Filho Eterno". Ela já vendeu os direitos do livro para Itália, França, Espanha, Austrália e Portugal. Com a vitória no Portugal Telecom, o interesse estrangeiro deve aumentar.

"É um livro único. Eu nunca vou escrever outro com essa densidade emocional", disse Tezza, que considera a relação entre pai e filho "inesgotável como tema literário". "É uma discussão permanente. Eu levei mais de 20 anos para transformar um tema pessoal em literatura, para pegar a crueldade de todo narrador."

Sobre a expectativa em torno de seu próximo trabalho, o escritor afirmou que não sente a pressão dos prêmios. "Sou desligado disso. Se eu fosse mais novo, talvez sentisse", disse. Neste ano, Tezza participou de pelo menos um evento por semana para promover "O Filho Eterno". Agora, quer dar um tempo e se dedicar um novo livro. "Quero escrever uma história de amor", declarou.

Se depender de Luciana Villas-Boas e do interesse suscitado por "O Filho Eterno", Tezza vai ter de adiar esse romance um pouco mais. Depois de palmilhar o Brasil em 2008, ele deve viajar pelo mundo no ano que vem.

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