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Cena de “Fraktur” em que o empresário constata mudanças em seu jornal preferido. | Divulgação
Cena de “Fraktur” em que o empresário constata mudanças em seu jornal preferido.| Foto: Divulgação

Uma pavorosa coincidência deve estar assombrando o sono do cineasta alemão Hans Steinbichler após as mortes na revista parisiense "Charlie Hebdo". Em "Fraktur", curta-metragem disponível para locação no Instituto Goethe de Curitiba (legendas em inglês), ele criou uma sátira em que ocorre um massacre na reunião de pauta do jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung".

Datado de 2009, o filme fazia parte das comemorações de 20 anos de queda do Muro de Berlim. No roteiro, um rico empresário da Baviera se enfurece com mudanças de layout do referido periódico, que ele lera por 42 anos e considerava um baluarte da alma alemã. Após tentar falar por telefone com os diretores para reclamar, ele organiza uma fogueira diante da sede do jornal, em Frankfurt - alimentada com todos os jornais do dia que pôde comprar - invade a reunião entre jornalistas da casa, dá seu texto de revolta e atira na cabeça de cada um deles.

Questionado sobre a pertinência de sua sátira diante de tantos "problemas maiores" no país, Steinbichler contou que ele próprio foi um "caipira" do Sul alemão que conseguiu estudar e para quem o Frankfurter representava status e constância.

No curta, o personagem se revolta contra a publicação de fotografias na primeira página, especialmente por retratar "chineses comunistas", e contra a alteração de estilo de fonte gótica para algo mais legível.

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