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Música

De volta à nave mãe

Depois de um período de trânsito de seus membros por projetos paralelos, Nação Zumbi lança primeiro disco de inéditas em sete anos

Gilmar Bola 8 (tambor), Pupillo (bateria), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão) e Jorge Du Peixe (voz): experiências com outros projetos influenciaram novo disco | Vitor Salerno/Divulgação
Gilmar Bola 8 (tambor), Pupillo (bateria), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão) e Jorge Du Peixe (voz): experiências com outros projetos influenciaram novo disco (Foto: Vitor Salerno/Divulgação)

Nos sete anos que se passaram desde o lançamento de Fome de Tudo (2007), a Nação Zumbi chegou a anunciar uma pausa por tempo indeterminado em seus shows. Foi quando o guitarrista Lúcio Maia, o baixista Dengue e o baterista Pupillo saíram em turnê nacional com Marisa Monte, em 2012, e os projetos paralelos afloraram de vez. O vocalista, Jorge Du Peixe, apresentou um novo projeto paralelo, o Afrobombas; Gilmar Bola 8 apareceu com o grupo Combo X, Toca Ogan com o Coco Samba de Mazuca, Maia com o Zulumbi. Tudo paralelamente aos shows do projeto Los Sebozos Postizos, de covers de Jorge Ben Jor.

O hiato da Nação Zumbi, no entanto, era apenas aparente. Foi neste mesmo período que a banda pernambucana gestou seu novo disco, homônimo, que já está disponível na internet e deve chegar às lojas nos próximos dias. O trabalho traz o foco de volta ao grupo projetado há duas décadas sob liderança de Chico Science (1966- 1997).

"É a nossa nave mãe, que alimenta tudo, e que se alimenta de tudo o que está à sua volta", conta Jorge Du Peixe, por telefone.

Para o vocalista, toda essa atividade em volta da banda contribuiu para mantê-la em movimento. "Um de nossos motes principais é fazer algo diferente a cada disco, não se repetir", diz. "Sair do conforto da banda, tocar com outros músicos e intenções musicais agrega para a Nação Zumbi, e isso se reflete em cada disco. É uma evolução natural", explica.

Mudanças

Somada à maturidade musical trazida pela estrada, a diversidade de trabalhos incorporou influências que direcionaram a banda para outras direções – além de trazer a própria Marisa Monte, que participa da ciranda "A Melhor Hora da Praia".

O trabalho com o Los Sebozos Postizos, por exemplo, ampliou a interpretação de Du Peixe, que teve de se virar nas métricas e saltos das canções de Jorge Ben Jor. A experiência encorajou melodias mais trabalhadas como a de "Cicatriz", primeiro single do álbum. "Ela veio para mostrar que estávamos vindo com um trabalho diferente, mais cantado, com essência mais lírica", conta o vocalista, ressaltando que a essência da banda não mudou.

"Costumo dizer que esse disco é outro endereço de um mesmo lugar. O essencial está aí. Estamos expostos de outra maneira", descreve.

Da Lama ao Caos

Com o novo álbum, a banda também começou uma nova turnê, que traz cinco de suas 11 faixas. O repertório também se baseia no primeiro álbum da banda, Da Lama ao Caos (1994), que completa 20 anos com o status de um dos mais importantes discos da música brasileira, representativo que é de um de seus movimentos-chave, o manguebeat. "Continuamos pensando que é ‘diversão levada a sério’, um dos principais motes de Chico [Science]. Precisamos fazer isso para segurar esse peso que nos atribuem", explica Du Peixe. "Levamos com naturalidade e de pés no chão. Nossa intenção é mostrar nosso trabalho e fazer nossa parte."

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