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Yukihiro Taguchi: material coletado na demolição de uma casa será transformado em obras de arte | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Yukihiro Taguchi: material coletado na demolição de uma casa será transformado em obras de arte| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Fotógrafo de essências

Painéis coloridos com desenhos e frases, produzidos a partir de fotografias de voluntários, estarão expostos nas janelas do Shopping Mueller durante a 5ª Bienal VentoSul. O autor das obras é o japonês Takafumi Hara, que traz a Curitiba o trabalho intitulado "Sinais da Memória", que já passou por países como Japão, Alemanha e Singapura.

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Com a proposta de espalhar arte por todos os espaços da cidade, a 5ª Bienal VentoSul traz a Curitiba artistas que trabalham interagindo com o meio urbano. Yukihiro Taguchi, artista japonês que vive em Berlim, está no Brasil pela primeira vez, especialmente para o evento.

Taguchi traz "Moment", trabalho que já foi apresentado na Alemanha e agora será exposto no Centro Cultural Solar do Barão e em alguns pontos da cidade, entre os dias 9 e 22 de agosto. Entretanto, Taguchi não trouxe em sua bagagem uma única peça da mostra alemã. Ele vai confeccionar todas as obras em Curitiba, nos dias que antecedem a exposição, com material vindo da demolição de uma casa no bairro Alto da Glória.

O artista selecionou o imóvel por meio de fotografias enviadas pela organização do evento e foi conhecê-lo pessoalmente assim que chegou à cidade. Na última quinta-feira (30), ele participou do processo de demolição da casa, registrando as etapas em fotos e vídeos. Essas imagens serão exibidas na exposição para reforçar o conceito explorado pelo artista: em um momento, os materiais compõem uma casa e, em um outro, se tornam obras de arte. "Gosto de desfazer o que já existe e recriar de um jeito que ninguém nunca imaginou", explicou Taguchi.

O dono do imóvel demolido, Paulo Roberto Amaral, ficou surpreso com a escolha de sua casa, mas muito satisfeito por poder colaborar com essa manifestação artística. "A gente se apega a uma casa, ao cheiro dela, ao ba­­­rulho das tábuas. Agora o material será utilizado com uma finalidade cultural. É mais uma história para contar", explica.

Além de utilizar os materiais retirados da casa, que é feita basicamente de madeira do tradicional pinheiro-do-Paraná, Taguchi vai a uma fábrica de móveis na região metropolitana buscar diferentes matérias-primas para compor suas peças.

Quem visitar a exposição de Taguchi em dias diferentes não vai encontrar as mesmas obras. Seguindo também a ideia de passagem do tempo, a exposição será transformada diariamente. Com o mesmo material serão criadas diferentes composições: "Desde as instalações da galeria até a criação de uma mesa com bancos para oferecer um jantar para artistas locais", conta.

O artista não trouxe um projeto pronto para a Bienal, ele prefere se inspirar nos espaços e materiais que vai encontrar enquanto estiver em Curitiba. Por isso, suas obras não ficarão restritas ao Solar do Barão – algumas delas serão exibidas pela cidade, em pontos que o interessem. "Ele escolheu realizar uma intervenção em uma estação-tubo, por exemplo, que é algo que nunca tinha visto em lugar nenhum", destacou Luiz Ernesto Meyer Pereira, diretor do Instituto Paranaense de Arte (Ipar). Entre os planos de Taguchi, estão criar uma trave de futebol e um barco que deseja, inclusive, testar na água, levando pessoas para passear nele.

Para o diretor, essas interferências vão garantir que a cidade viva o período da Bienal de forma intensa. "Com tantas manifestações simultâneas, ninguém que passar pela cidade nos dias da Bienal vai poder dizer que não teve qualquer relação com as obras, com os artistas ou com alguma das atividades realizadas. Até quem não quer ou não gosta será impactado e poderá refletir a respeito", afirma.

Serviço:

Para saber mais sobre os artistas e a programação 5ª Bienal VentoSul, basta acessar o site www.bienalventosul.com.br.

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