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Rock

Diferente e tocante

Em seu terceiro disco, It’s Blitz!, Yeah Yeah Yeahs deixa de lado a dinâmica explosiva que marcou seus dois primeiros trabalhos, em benefício de melodias e elementos eletrônicos

Trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs aposta em elementos eletrônicos | Divulgação/Josh Wildman
Trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs aposta em elementos eletrônicos (Foto: Divulgação/Josh Wildman)
It´s Blitz!: novo disco teve lançamento mundial na última segunda-feira |

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It´s Blitz!: novo disco teve lançamento mundial na última segunda-feira

Os primeiros acordes de "Zero", primeira canção de It’s Blitz!, já dão o recado – a sonoridade do trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs está bem diferente no terceiro álbum da banda, lançado mundialmente na segunda-feira (6), mas ainda inédito no Brasil. O que se ouve na canção, acima de tudo, é o elemento-surpresa que permeia as dez canções que compõem o álbum: sintetizadores e teclados.

Feita sob medida para incendiar qualquer pista de dança, "Zero" é apenas um dos exemplos de como a banda formada por Karen O (vocais), Nick Zinner (guitarras, teclados e sintetizadores) e Brian Chase (bateria) acopla a eletrônica à sua já característica veia punk para fazer dançar. O mesmo acontece em "Heads Will Roll" e "Dragon Queen", esta última um pouco mais lenta e funkeada, mas dançante na mesma medida.

Gravado em um galpão cercado de neve no estado de Massachusetts, nos EUA, It’s Blitz! foi produzido por dois nomes cujas trajetórias explicam muito sobre o que se ouve no novo trabalho do Yeah Yeah Yeahs: Nick Launay e Dave Sitek. O primeiro, britânico, é famoso por ter produzido discos importantes de bandas-chave do pós-punk, como Gang of Four, Killing Joke e The Birthday Party. Já o nova-iorquino Sitek é integrante do TV on the Radio e produtor de todos os discos de sua banda, além de registros de nomes como Liars, The Foals e Scarlett Johansson. Daí justificam-se a sonoridade elegante das baterias eletrônicas e sintetizadores – devidamente comandadas pelo "geniozinho" Nick Zinner, um dos mais talentosos músicos do rock atual – e a atmosfera pós-punk e new wave de canções como "Skeletons" e "Runaway".

Mas o que mais chama a atenção do ouvinte em It’s Blitz! – e também o que deve fazer muitos fãs da banda torcerem o nariz – é a qualidade melódica do novo trabalho, aqui expressa pela versátil interpretação de Karen O. Dos gritos desengonçados da roqueira "Dull Life" à meiguice da climática balada "Little Shadow", Karen passeia entre a indomabilidade e a vulnerabilidade com a dinâmica que escolhe seus arrebatadores figurinos.

São de emocionar os vocais das tocantes "Soft Shock" e "Hysteric", que mais parecem uma continuação de longa duração de "Maps", um dos mais celebrados hits da banda, presente em Fever to Tell (2003). A mudança de sonoridade pode soar uma tanto quanto brutal, mas o resultado continua familiar e admirável. GGGG

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