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Carol, uma das criaturas selvagens, ao lado de Max (Max Records) em cena do filme Onde Vivem os Monstros | Divulgação
Carol, uma das criaturas selvagens, ao lado de Max (Max Records) em cena do filme Onde Vivem os Monstros| Foto: Divulgação

Onde Vivem os Monstros, a adaptação para o cinema, estreou nos Estados Unidos no último dia 16 e foi a maior bilheteria daquela semana. Entre as filmagens e o lançamento nas salas americanas, se passaram mais de três anos. Levando em consideração o tempo de "namoro" e a escrita do roteiro, o processo todo levou mais de uma década. O diretor Spike Jonze amargou uma quantidade de problemas equivalente aos US$ 100 milhões que gastou na produção. No Brasil, a estreia é prevista para 1.º de janeiro de 2010.

Jonze estabeleceu sua fama primeiro com videoclipes. R.E.M., Beastie Boys, Björk, Daft Punk e The Chemical Brothers são alguns dos artistas que deram espaço para ele construir um universo pessoal e fantástico. O passo seguinte foi encarar os longas-metragens. A partir de roteiros de Charlie Kaufman, realizou Quero Ser John Malkovich (1999) e Adaptação (2002), este com Nicolas Cage no papel de gêmeos.

Estabelecido como diretor, mostrou ser um produtor de visão (ou de sorte) com o seriado de tevê Jackass (2000), mais tarde transformado em um sucesso no cinema. Nele, Johnny Knoxville e sua trupe se submetem, de modo voluntário, a castigos absurdos – como fazer "tatuagem off-road" a bordo de um jipe que percorre estradas de chão esburacadas, ou cheirar wasabi.

Jonze foi abordado pelo próprio Sendak para adaptar Onde Vivem os Monstros. Fã do livro, ele não via meios para transformar poucas frases em um filme de 90 minutos. Para pensar o roteiro, ele se juntou ao escritor Dave Eggers, das memórias Uma Comovente Obra de Espantoso Talento (2000). Os dois imaginaram uma história inexistente na versão original, em que Max é filho de uma mãe divorciada e sente ciúmes do namorado dela. E deram nomes para os monstros: Carol, Alexander, Judith, Ira e outros. No livro, eles são anônimos, mas Sendak conta que os batizou usando como referência seus tios e tias (Bernard, Aaron, Moishe..., revelando a ascendência judaica da família de origem polonesa).

No filme, os monstros são feitos por atores em fantasias enormes, de até dois metros e meio de altura, com cabeçorras que, numa primeira versão, chegaram a pesar 20 quilos por causa da parafernália que animava as expressões faciais. Para tornar possível o trabalho dos atores e dublês fantasiados – eles mal paravam em pé com o peso que tinham acima da cabeça –, optou-se por animar os rostos por computadores e aliviar a carga das roupas.

Enquanto as fantasias foram encomendadas ao estúdio de Jim Henson (1936-1990), o criador da Vila Sésamo e do Muppet Show, a trilha sonora original ficou a cargo de Karen Orzolek (ou Karen O., vocalista da banda Yeah Yeah Yeahs e ex-namorada de Jonze).

As vozes são de astros como James Gandolfini (Os Sopranos) e Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia), e as personalidades lembram as de adultos em crise de meia-idade, amargos por escolhas feitas e chances perdidas. Na semana do lançamento nos EUA, a crítica da Enter­tainment Weekly escreveu com entusiasmo sobre Onde Vivem os Monstros, enquanto outros veículos destacaram momentos mágicos e outros nem tanto. Mas todos concordaram que a sequência de abertura, que mostra as travessuras de Max (vivido por Max Records, garoto selecionado entre milhares de candidatos), é um dos grandes momentos do ano no cinema americano.

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