
Com a conquista do prêmio de melhor direção no 3º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino, com o longa "Mistéryos", os diretores Beto Carminatti e Pedro Merege se preparam agora para exibir o filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, nos próximos dias 22, 24 e 25.
O longa, que teve sua primeira exibição no festival paranaense, é inspirado no livro "O Mez da Grippe e outros livros", do escritor e cineasta Valêncio Xavier, que recebeu o prêmio literário Jabuti de Melhor Produção Editorial em 1999. A atriz Sthefany Brito está no elenco e o ator Carlos Vereza é o protagonista da história.
A premiação no Paraná foi considerada um bom início para o longa. "Lançar o filme ganhando prêmio é um bom começo. Achei a escolha justa. Durante o festival assisti a todos os filmes e achei que 'Mistéryos' e 'O Grão' eram os melhores", disse Pedro Merege.
Os diretores afirmam que quem leu o livro vai reconhecer trechos no filme. "O longa é fiel ao espírito da obra, mas sem obrigação de fidelidade. O cinema tem como produto final uma objetividade, que não cabe na literatura. O filme tem sua independência de linguagem", comentou Carminatti.
Foram selecionados cinco contos do livro para a produção: "Os 12 mistérios mais o mistério da porta aberta" é o fio condutor da produção, que apresenta também os contos "Mágico Mistério", "Mistério Números", "Mistério no trem fantasma" e "Mistério Sapho o amor entre as mulheres". "Foram feitas também algumas inserções gráficas que remetem aos contos o Mistério da Gata Gorda e Mistério da Sonâmbula", explicou Carminatti.
A Produção
Os dois diretores já haviam trabalhado juntos em outro projeto sobre a obra de Valêncio Xavier, o curta-metragem "O mistério da Japonesa". Pedro Merege tinha o projeto de roteirizar "O Mez da Grippe", em parceria com Beto Carminatti, o que foi viabilizado pela lei estadual de incentivo ao cinema.
Filmado entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007, com equipamento de ponta no cinema, como câmera Panavision e lentes que permitem uma abertura maior da imagem, "Mistéryos" foi feito em Curitiba e região metropolitana. Os diretores optaram pela realização em película e não em equipamento digital para melhor resultado. "Pela história do Valêncio (fundador da Cinemateca de Curitiba) decidimos que tinha que ser em película, o que dificultou um pouco a finalização, porque os laboratórios estão mais preparados para as produções em equipamento digital", disse Merege.
Os diretores também destacaram a atuação do protagonista da fita, o ator Carlos Vereza. "A atuação de Vereza é antológica, deve entrar para história do cinema. Achávamos que ele ia ganhar o prêmio de melhor ator", comentou Merege, sobre a premiação no festival paranaense. "Vereza representa o alter-ego da obra de Valêncio Xavier. Sua atuação está muito consistente", reforçou Carminatti, resumindo que "Mistéryos" é um "filme paranaense cosmopolita que tem alma e honestidade artística".
Sem Data
Ainda não há data para o filme entrar no circuito comercial. A exibição na mostra em São Paulo e a premiação no Festival do Paraná são apostas para melhor comercialização do filme. "Estamos inscritos em alguns festivais, mas agora a nossa expectativa é com a exibição em São Paulo", afirmou Pedro Merege. "A Mostra de São Paulo é uma vitrine fantástica. É uma das cinco mostras mais importantes do mundo e a seleção dos filmes é muito competente", salientou o diretor Beto Carminatti.






