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Homenagem

Dois homens para recriar um Rei

Com dois cantores/dançarinos no papel de Michael Jackson, banda norte-americana consegue matar um pouco da saudade do Rei do Pop

 | Gustavo Garrett
(Foto: Gustavo Garrett)

Ninguém nunca mais vai ver um show ao vivo de Michael Jackson – no máximo, ele pode voltar em holograma, como está sendo cogitado pelos irmãos do Rei do Pop para uma turnê de reunião do Jackson 5, no ano que vem. Portanto, os milhões de órfãos do cantor, morto em julho de 2009, têm de se conformar com seus registros em áudio e vídeo – ou com sósias e bandas-tributo.

Como a norte-americana Who’s Bad, que se autointitula "a banda-tributo definitiva a Michael Jackson" (The Ultimate Michael Jackson Tribute Band), e se apresentou nesta quinta-feira (17) no Teatro Positivo. Qualquer "cover" do Rei do Pop é sempre cercado de desconfiança, por conta da extrema dificuldade em reproduzir os múltiplos talentos de Michael Jackson.

Com os "gringos" da Who’s Bad, não foi diferente. A ausência de cenografia e o desleixo nos figurinos da banda – em contraste com a grandiloquência e o perfeccionismo de todas as performances do Michael original – prenunciava um espetáculo de "vergonha alheia".

Impressão que começou a desmoronar na primeira aparição do cantor e dançarino Taalib York, interpretando "Jam": com um figurino caprichado e semelhança física com Michael Jackson (inclusive nas cirurgias plásticas no nariz e no queixo), ele praticamente incorpora o astro nas coreografias e na expressão corporal. Os trejeitos e a dança são praticamente idênticos – com destaque para o "moonwalk", executado com perfeição, para delírio da plateia no Teatro Positivo. Já a voz – embora boa – deixava bastante a desejar em relação à de Michael. Tanto que ele precisou recorrer ao playback em alguns momentos.

Para compensar, a banda dispõe de um segundo Michael: Joseph Bell, que se aproxima mais do original na voz e no carisma – apesar de não chegar nem perto de Taalib York no quesito dança. A banda de apoio, formada por baixo, bateria, guitarra e trompete, era competente e soube trabalhar bem sobre as bases pré-gravadas de teclados, sopros e efeitos.

O repertório também foi feliz, percorrendo as diversas fases da carreira de Michael Jackson em menos de duas horas de duração: o Jackson 5 (com hits como "I Want You Back" e "I’ll Be There"), a era disco ("Don’t Stop ‘Til You Get Enough" e "Rock with You"), os megahits dos anos 80 ("Thriller", "Beat It", "Billie Jean", "Human Nature", "Wanna Be Startin’ Somethin’", "Bad", "The Way You Make Me Feel", "Man in the Mirror" e "Smooth Criminal"), alguns lados B ("P.Y.T.") e os sucessos dos anos 90 ("Jam", "Remember the Time", "Black or White", "They Don’t Care About Us").

Mesmo longe de encher o Grande Auditório do Teatro Positivo, o público se divertiu. Em "The Way You Make Me Feel", Joseph Bell convidou diversas mulheres e crianças da plateia para subir no palco e dançar com ele. Presente em grande número, a criançada deu um show à parte: meninos e meninas de todas as idades, com camisetas, chapéus e até a luva branca do ídolo, cantavam, dançavam e corriam para abraçar os dois covers do Rei do Pop.

Em resumo: a soma dos esforços dos dois cantores/dançarinos e da banda, com a indiscutível qualidade das músicas, garantiu uma noite divertida e conseguiu matar um pouco da saudade do maior astro pop de todos os tempos. Mas ele bem que merecia uma produção mais caprichada... GG1/2

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