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O cantor e compositor mostra canções próprias permeadas por traços de projetos diversos dos quais participa, como os grupos Universo em Verso Livre, Real Coletivo Dub e Serenô | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O cantor e compositor mostra canções próprias permeadas por traços de projetos diversos dos quais participa, como os grupos Universo em Verso Livre, Real Coletivo Dub e Serenô| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Serviço

Du Gomide – Lançamento do disco All In.

Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340. Dia 23, às 19 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Sujeito à lotação.

Parcerias

Trânsito entre grupos é uma das marcas da cena local

Du Gomide diz que sua participação em diversos grupos é uma das marcas que se estabeleceram na cena curitibana. "É como acontece em São Paulo, com o pessoal do Metá Metá", diz, citando uma espécie de polo criativo que surgiu na capital paulista em torno de músicos como Kiko Dinucci. "Houve uma época em que se dizia que, em Curitiba, ‘panela de caranguejo não tem tampa’, porque quando um sobe para fugir o outro puxa para baixo. As coisas estão diferentes e nos ajudamos muito", diz. Só no grupo Serenô há dois artistas com carreiras solo – Evandro Cardoso e Gustavo Proença.

Pelo estúdio de Gomide, que também é produtor, passaram os discos do Música de Ruiz, projeto de Estrela Leminski e Téo Ruiz – com quem ele está trabalhando em um disco duplo com canções de Paulo Leminski; e da cantora Janaina Fellini, do qual participou Bernardo Bravo, que, ano passado, lançou o disco Arlequim, baseado em voz e piano, e deve ser parceiro de Gomide em um novo disco. E daí por diante, sempre com vários nomes em comum. E, consequentemente, diálogo artístico. "Essa cena existe e estamos tentando dar continuidade a ela", explica Gomide. "Nosso principal desafio é criar uma personalidade musical curitibana, e acho que isso está acontecendo."

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Uma das partes do processo artístico de Du Gomide é esperar. O paulistano radicado em Curitiba desde 1998, integrante de diversos projetos musicais na cidade, é o tipo de gente que descobre um disco novo e mergulha nele com tanta dedicação que acaba se transformando. "Quando faço isso, tomo o cuidado de compor mais tarde, para buscar minha personalidade com essa influência", conta o músico. "Sou muito influenciável. Já sabendo disso, sempre busco o meu próprio caminho", diz.

Era natural que esta busca se refletisse no primeiro disco solo de Eduardo Gomide, All In, que o cantor e compositor lança neste domingo, com um show no Teatro do Paiol ao lado dos músicos Denis Mariano (bateria), Cassiano Ricardo (baixo), Seu Zeba (efeitos e samples) e Fred Teixeira (samples, violão e voz), com participações de Sérgio Monteiro Freire (sax), Leandro Lopes (gaita de boca), Ricardo Verocai (Rhodes), Alonso Figueroa (teclado) e Bernardo Bravo (voz).

O álbum, um apanhado de canções próprias reunidas ao longo dos últimos cinco anos, guarda traços e influências dos diferentes grupos dos quais o músico participa.

É o caso de "Eu Não Sabia" e "Estilista", por exemplo, certamente influenciadas pelo Real Coletivo Dub, que estimulou Gomide, um de seus guitarristas, a compor usando a linguagem do rap. "Cangote", parceria do músico com o cantor e compositor Bernardo Bravo, tem uma sonoridade mais rock, que remete ao seu trabalho com a banda Universo em Verso Livre.

"Urubu Rei", feita parceria com Denis Mariano e Fred Fonseca, por sua vez, foi inspirada no estilo do paulista Kiko Dinucci, com quem Gomide tocou em projetos do Serenô.

"Acabei não me prendendo a um estilo. Fui fazendo as músicas conforme vieram", explica Gomide, para quem a identidade do disco está nos timbres mais crus – sonoridade inspirada na chácara do produtor Fred Teixeira em Campina Grande do Sul, onde as gravações aconteceram, em abril do ano passado.

Há ainda referências à música africana, em "Paz e Bem" e ao brega, em "Memória". Tudo com alguma pegada de rock, influência primordial do músico, que começou tocando clássicos de grupos como Beatles e Pink Floyd antes de descobrir os ritmos brasileiros por volta dos 18 anos, estudando guitarra e viola no Conservatório de MPB e, posteriormente, no Bacharelado em Música Popular da Faculdade de Artes do Paraná, onde se diplomaria. "Eu diria que este disco é um resumo do que eu sou", diz Gomide. "É uma satisfação imensa ter tanto trabalho a ponto de quase não conseguir dormir, mas fico feliz com isso. São projetos autênticos, que estão indo para a frente. E ao meu ver, bons", diz.

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