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Festival de Curitiba

"Dulcinea’s Lament" dá vida a musa de Dom Quixote

A atriz canadense Dulcinea Langfelder vive a musa Dulcinéia de Dom Quixote | Kelly Knevels / clix.fot.br/ Divulgação
A atriz canadense Dulcinea Langfelder vive a musa Dulcinéia de Dom Quixote (Foto: Kelly Knevels / clix.fot.br/ Divulgação)
Dulcinéia conversa com o boneco de plástico que representa Dom Quixote |

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Dulcinéia conversa com o boneco de plástico que representa Dom Quixote

A encarnação da eterna musa de Dom Quixote esteve presente no palco do Teatro da Reitoria na peça canadense Dulcinea’s Lament, que teve sua segunda e última sessão na noite de terça-feira (23). Após 400 anos, Dulcinéia de Toboso tomou corpo e forma e compareceu ao Festival de Curitiba para uma apresentação que misturou interpretação impecável, canto, dança e elementos multimídia.

Vivida pela atriz Dulcinea Langfelder, a personagem onipresente de Miguel de Cervantes pede que Dom Quixote a tire do pedestal, pois cansou de ser mais um "símbolo". "Quero ser uma companheira". Dulcinéia quer igualdade ao ficar lado a lado com ele – e não somente no imaginário. Em cena ela existe, enquanto Quixote não. Ele é "apenas" um boneco de plástico manipulado, enquanto ela fala e age por ele.

Com texto leve, sutil e despretensioso, Dulcinea (que para mim se confunde entre a atriz e a personagem) mostra suas lamentações: o amor de um cavaleiro por uma donzela. Em uma viagem no tempo e espaço, a heroína não se prende a obra de Cervantes e mostra uma atitude atual e engraçada. Impagável o momento em que ela usa seios luminosos para seduzir a plateia – e consegue.

Os elementos cênicos e de multimídia se destacam na montagem. Luzes e imagens são projetadas em telas que se movimentam pelo palco. Além disso, Dulcinéia conta com a ajuda e presença de assistentes vestidos de preto, que se confundem ao longo da peça como músicos e atores. O tom é de informalidade teatral – o que cativa (muito) o público.

Aos desavisados que compareceram ao teatro sem saber o enredo, ou quem era Dulcinéia, a dúvida logo foi suprida. No início da peça, Dulcinéia explicou quem foi Dom Quixote, ou melhor, Alonso Quixana: o senhor que por ler muitas histórias de cavalaria ficou louco e acreditou ser um cavaleiro.

Aplaudida de pé, Dulcinea Langfelder finalizou o espetáculo afirmando que na verdade era apenas a Dulcy: garota que nasceu no Brooklyn, em Nova York. Escolheu ser a Dulcinéia de Dom Quixote porque acreditava que assim seria amada por alguém, pois é amor que todos buscam. E disso eu não tenho dúvida, afinal, eu também quero.

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