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Visuais

Em busca de potência poética

O 63.º Salão Paranaense começa hoje, no MAC, propondo uma amostragem extensa da boa produção artística nacional

Obra de Washington Silvera: “macaco velho do salão” |
Obra de Washington Silvera: “macaco velho do salão” (Foto: )
Sem título (resina acrílica sobre tela), da paulista Alice Shintani |

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Sem título (resina acrílica sobre tela), da paulista Alice Shintani

Charly Techio: a fotógrafa de Curitiba é uma das novatas desta edição |

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Charly Techio: a fotógrafa de Curitiba é uma das novatas desta edição

Obra de Beanka Maris, artista carioca |

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Obra de Beanka Maris, artista carioca

Marcus André, outro carioca na lista |

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Marcus André, outro carioca na lista

O Salão Paranaense, mais antigo do país, inicia hoje às 18h30 sua 63.ª edição, no Museu de Ar­­te Contemporânea (MAC), com me­­nos convidados e mais par­­ti­­cipações espontâneas, que dão oportunidade de projeção a artistas menos conhecidos. Uma mu­­dança na regra do evento alterou a proporção: serão 21 selecionados entre os inscritos (eram 11 no ano passado) e apenas seis os artistas chamados (contra os 16 de 2007).

"O processo se inverte com relação ao que tinha sido feito", diz o crítico de arte paranaense Fabrízio Vaz Nunes, um dos curadores. "Em primeiro lugar, analisamos as mais de 500 inscrições. Tinha um número grande de propostas muito boas, que fomos passando por funil até sobrar 21. Depois, pensamos em outros seis nomes que viessem para dialogar com elas."

O comitê curatorial, formado ainda pela paranaense Stephanie Batista, a brasiliense Marilia Sil­­veira, o mineiro Marcos César Hill e o carioca Paulo Duarte, não teve um ponto de partida pré-definido que ditasse as escolhas que comporiam o painel plural de representantes da arte contemporânea brasileira. "Nesse sentido, é um salão mais tradicional", observa Nunes. "Mas prova que o formato, um pouco criticado, ainda é necessário no contexto cultural do país, em que os artistas têm tão poucas oportunidades de expor e o público, de conhecer alguns elementos da arte contemporânea."

Concorrência

Esta é uma das edições mais concorridas do evento que existe desde 1944, e é promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. 525 artistas se inscreveram. Mesmo assim, o processo de escolha ocorreu de maneira "surpreendentemente tranquila". "Foi um consenso", diz Nunes. Segundo ele, a seleção passou pela opinião pessoal dos curadores ("dizer que um crítico de arte não é orientado pelo seu gosto e sua formação, seria mentira"), com experiência na área.

"Usamos o critério de excelência artística, do que tem potência poética, provoca um novo olhar e um novo pensar", explica. O saldo é uma variedade de vertentes, com espaço para pinturas, obras de ca­­ráter formal ou pesquisa de linguagem, outras que articulam os espaços interno e externo do museu, algumas interativas, sonoras, registros digitais e ainda os tradicionais, como a escultura em ma­­deira. "É uma amostragem bem ampla da boa produção na­­­cional", define Nunes.

Macacos novos

A listagem de selecionados (confira abaixo) aproxima artistas novos e consagrados. Entre os curitibanos participantes, por exemplo, o curador cita a fotógrafa novata Charly Techio, e a contrapõe ao "macaco velho do salão" Washington Silveira. "Mas o trabalho dele é irresistível", justifica. Destaca ainda os pouco conhecidos grupo Poro (que pratica intervenções urbanas em Belo Horizonte) e o baiano Fabio Magalhães, autor de pinturas hiperrealistas.

Amanhã, às 18 horas, no Auditório Brasílio Itiberê (R. Cruz Machado, 87 – anexo a Secretaria de Es­­ta­­do da Cultura), o comitê cu­­ratorial encontra os ar­­tistas convidadospara um seminário que debate a Análise da Arte Con­­tem­porânea, aberto ao público.

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