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Evento

Em busca do ócio perdido

Adriana Klisys realiza a segunda edição do Terças Lúdicas, projeto destinado a recuperar o que há de mais criativo em adultos que não têm mais tempo para brincar

Viva o processo: as Terças Lúdicas viabilizam brincadeiras, como revela o detalhe desta foto:  participantes do evento criaram uma cama-de-gato gigante | Divulgação
Viva o processo: as Terças Lúdicas viabilizam brincadeiras, como revela o detalhe desta foto: participantes do evento criaram uma cama-de-gato gigante (Foto: Divulgação)

Recuperar o prazer das brincadeiras é uma das metas das Terças Lúdicas, que Adriana Klisys promove há quase um ano em São Paulo e que hoje tem a sua segunda edição em Curitiba. O projeto, de maneira prática, é uma reunião de adultos que dura, em média, três horas e que abre espaço para o desenvolvimento do que Adriana chama de "lado lúdico".

Esta segunda edição curitibana, que tem início logo mais, às 19 horas, tem como foco jogos africanos. Adriana afirma que a "África é mãe da maioria dos jogos". Ela vai apresentar seis jogos: mancala, sey, yoté, li’b el merafib, senet e alquerque (o "antepassado" do jogo de damas).

Durante os primeiros 20 mi­­nutos, os participantes (são apenas 30 vagas) têm a oportunidade de se apresentarem uns aos outros e, em seguida, serão apresentados aos jogos, sobretudo ao mancala, tão estratégico, complexo e instigante como o xadrez, apesar de menos conhecido.

Simbologia

Adriana comenta que esses jogos africanos acontecem sobre a superfície de tabuleiros, e no encontro de hoje os participantes serão estimulados a construírem, artesanalmente, os seus próprios.

Ela comenta que os primeiros tabuleiros para os jogos africanos, eram riscados na terra, diretamente no chão, e por isso essas atividades eram relacionadas à ideia de "semeadura". "Vamos falar da simbologia dos jogos, o que também viabilizará um mergulho na História", afirma.

Físico e espiritual

Nas Terças Lúdicas, há alimento físico, "comidinhas", mas o que mais motiva os participantes, reconhece a idealizadora do projeto, é o alimento espiritual, no caso, as informações e a imersão cultural.

Esta edição na capital paranaense, a exemplo da anterior, acontece nas dependências do ateliê de Carlos Dala Stella, escritor e artista plástico. Adriana, psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e diretora da Caleidoscópio, empresa de consultoria em educação e cultura, analisa que nada mais oportuno do que realizar o projeto dentro de um ateliê.

Afinal, argumenta ela, a arte dia­­­loga com a ideia que está na ori­­­­gem das Terças Lúdicas: a brincadeira.

"Procuramos recuperar a necessidade de deixar espaço para o imprevisto", diz Adriana, que completa: "O imprevisto é a condição básica de uma brincadeira. Você não sabe para aonde vai, e por isso os caminhos são infinitos."

Ela lembra que os adultos, público para o qual o evento é destinado, dizem sentir necessidade de brincadeiras e jogos no cotidiano.

"Mesmo porque, em nossa sociedade, todo o tempo é destinado à produção e ao consumo, e daí a necessidade de jogo, do brincar, que é o processo, o meio do caminho.

As Terças Lúdicas são, justamente, uma oportunidade para vinvenciar o processo. "O que envolve puxar o freio de mão da correria e deixar o ócio acontecer", conclui Adriana.

Serviço

Terça Lúdicas. Ateliê Dala Stella (Av. Vereador Toaldo Túlio, 899, Santa Felicidade), (41) 3374-4110. Jogos Africanos, com Adriana Klisys. Hoje, às 19 horas. R$ 50 (apenas para inscrições antecipadas, pelo site) ou R$ 60 (no local do evento).

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