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Música

Em defesa da tradição do samba de Curitiba

Roda mensal na Sociedade Treze de Maio reúne a velha e a nova guarda do gênero musical que, ao contrário do que muitos pensam, existe com força na capital paranaense

Uma vez por mês, roda do Samba da Tradição une diferentes gerações para resgatar a cultura local | Gesline Braga/Divulgação
Uma vez por mês, roda do Samba da Tradição une diferentes gerações para resgatar a cultura local (Foto: Gesline Braga/Divulgação)

Quem ainda se engana e pensa que Curitiba não tem samba é porque não conhece o Samba da Tradição, roda mensal que reúne a velha e a nova guarda do samba e do carnaval da cidade na Sociedade Treze de Maio.

Mais do que apenas uma animada e familiar festa de boa música, o evento é, sobretudo, uma forma de resgate da cultura do samba local. É também uma oportunidade para a nova geração prestar homenagem em vida aos personagens que escreveram a história deste gênero por aqui. No evento deste domingo, serão homenageados os músicos Didi do Cavaco e o pioneiro Nelson Alípio.

"Nossa ideia é dar continuidade a esta história, mostrar que o samba de Curitiba é inventivo e dinâmico e que não está ligado a um passado estagnado. Esta continuidade é que faz a força de sua tradição", explica a antropóloga Caroline Blum.

Ela é uma das idealizadoras do projeto, ao lado de Brenda Maria dos Santos e Carla Torres, que também desenvolvem pesquisas e atuam na defesa da cultura afro-brasileira de Curitiba.

"É uma forma de se conhecer um pouco melhor a realidade de Curitiba. O samba tem uma relação muito pessoal na vida de cada um, uma história de militância, resistência. De vida, em suma", aponta Carla.

Desde que o Samba da Tradição foi criado, no final de 2011, já foram homenageados 21 sambistas e carnavalescos, entre eles nomes fundamentais (e já falecidos), como Maé da Cuíca e Fernando Lamarão.

Muitos desses homenageados, explica Brenda, estavam esquecidos e tiveram a chance de voltar ao convívio boêmio das rodas de samba e a vontade de voltar a trabalhar nos palcos. "Foi o caso da Juçara Santos, no mês passado, que voltou a cantar depois de mais de dez anos. E também do Susto, que é um dos nomes mais importantes do samba local, e que voltou a se apresentar e a frequentar o ambiente das escolas", comemora.

"Sindicatis"

Olhando para a lista de homenagens (as já feitas e as que estão por vir) Brenda acha graça de quem desmerece o movimento local."Não existe samba aqui? Nós temos uma lista interminável só de nomes da velha guarda, homens e mulheres tomados como referências pela própria comunidade. Falta só chamar o povo para conhecer", aponta.

A música do evento, além da participação dos homenageados, fica por conta do Samba do Sindicatis, talvez a roda mais prestigiada atualmente para quem é fã do gênero na cidade.

Antes de cada apresentação, o escritor, advogado, professor de literatura e sambista João Carlos de Freitas faz uma breve intervenção sobre a história do samba na cidade e a biografia dos homenageados.

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