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Num evento recente para republicanos em Hollywood, foi perguntado a uma atriz se ela já usara seu broche pró-Sarah Palin em um teste para um papel.

"Você só pode estar brincando!", ela respondeu, rindo. "Mas vejo broches de Obama por aí o tempo todo."

Não é segredo para ninguém que a indústria do entretenimento é predominantemente liberal. As doações vindas dos setores de música, televisão e cinema na campanha eleitoral atual eram recentemente 86 por cento para os candidatos democratas, versus 14 por cento para republicanos. Mas fazer parte da minoria é uma coisa; ser oprimido por seus colegas de trabalho, obrigado a manter suas opiniões em silêncio, é outra inteiramente diferente.

É isso o que vem acontecendo? De acordo com muitos dos conservadores do mundo do entretenimento, sim. É por isso que de quando em quando surgem organizações secretas como nomes como "SpeakEasy" e "The Sunday Night Club". Elas não são conservadoras, mas divulgam que as pessoas que comparecem a seus encontros podem falar de política sem serem criticadas por não obedecerem à norma liberal dominante.

"É claro que é verdade", disse o ator Kelsey Grammer quando indagado se Hollywood é hostil aos conservadores. "Eu gostaria muito que Hollywood fosse uma cidade bipartidária, mas não é."

Grammer disse que sabe de um trailer de maquiagem que ostentava um aviso a republicanos para manterem distância e de veteranos de guerra americanos que fazem segredo de seu passado porque ouvem seus colegas de trabalho em Hollywood falarem dos militares em tom de pouco caso.

Grammer disse que, no início de sua carreira, seu emprego correu perigo porque um diretor de uma sitcom de destaque exigiu que ele fizesse uma doação à campanha de Barbara Boxer para o Senado americano. Para conservar seu emprego, ele doou US$10 mil a Boxer e aos democratas.

Hoje em dia Grammer é um ator respeitadíssimo e não tem medo de anunciar suas preferências. Mas o conselho que dá a profissionais menos conhecidos é que não falem sobre política "a não ser que você pense do jeito que se espera que pense," ou seja, que siga a cartilha liberal.

Diferentemente de Grammer, a maioria dos conservadores de Hollywood parece ser do tipo que mantém segredo de suas posições políticas. "Conheço todos os liberais no meu trabalho, mas não conheço conservadores, porque esses nunca se manifestam", disse um executivo da Warner Bros.

Mas há muitos que procuram tornar Hollywood mais aberta à diversidade política. Uma dessas pessoas é Andrew Breitbart. Ele está lançando em seu site o blog "Big Hollywood", com 40 conservadores do setor que deverão, entre outras coisas, chamar a atenção para a intolerância liberal.

Para ele, "Hollywood é o lugar mais previsível do planeta, não exclusivamente por causa de política, mas pela atitude bitolada."

Um dos blogueiros do "Big Hollywood" é Andrew Klavan, romancista-roteirista que chamou a atenção com um artigo no Wall Street Journal em que comparou "Batman e O Cavaleiro das Trevas" ao presidente Bush e a guerra contra o terror.

"Não é fácil ser diferente", disse ele. "Os liberais não são tão liberais assim. Nós achamos que eles estão equivocados, mas eles acham que nós somos malévolos e agem de acordo."

Os eventos de levantamento de fundos para Obama podem atrair centenas de magnatas, atores, músicos e atletas profissionais ansiosos por passar tempo com o senador, mas as poucas aparições de McCain vêm sendo eventos mais modestos.

O mais recente deles nem sequer atraiu o candidato ou sua vice. Em lugar deles, seus cônjuges, Cindy McCain e Todd Palin, foram as atrações principais, enquanto o entretenimento foi garantido pelo humorista Dennis Miller.

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