O espetáculo que o Teatro da Caixa recebe de sexta-feira (20) a domingo (22) é uma oportunidade de vislumbrar trechos da história da dramaturgia e da teledramaturgia brasileiras. O protagonista é o ator Emiliano Queiroz, que, aos 79 anos, viveu as principais transformações nos palcos e telas nacionais.
Conhecido popularmente por papéis como o Dirceu Borboleta da novela O Bem-Amado, de 1973, ele também atuou em momentos de resistência do teatro. Foi o caso com as provocadoras Navalha na Carne e Dois Perdidos numa Noite Suja, de Plínio Marcos. "Tive sorte de trabalhar na ditadura, com autores como Ferreira Gullar e Chico Buarque", contou à Gazeta do Povo.
Um pouco dessa história está em Na Sobremesa da Vida, adaptação de biografia sobre Queiroz. Atuam na peça ainda Antonio Gomes, Ana Queiroz e Ivone Hoffmann, casada com o ator.
Segundo ele, a "narração conduz à ação" na peça, em trechos que são paralelos à história do Brasil. Já os detalhes pessoais dão conta de uma opção de vida feita já na infância, quando a mãe impediu que o garoto estudasse para padre e sentenciou: "A vocação do menino é de ator".
"O ofício de ator foi me melhorando como gente, e eu pude viver dele até hoje."
