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Música

Enfim, um disco novo.Ou quase

Oito anos depois, o AC/DC lança um novo álbum. Fórmula que deu certo em 35 anos de carreira é repetida e vendas já impressionam

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Soar jovem quando o ponteiro dos anos passa dos 50. Carregar na performance sobre os palcos e nos riffs de guitarras uma história que começou há mais de três décadas – sem titubear. A tarefa parece fácil para o AC / DC, banda australiana que, depois de oito anos de silêncio, volta a fazer com que jovens balancem as madeixas. Dessa vez com Black Ice, novo disco dos velhos roqueiros.

E tudo continua igual na terra dos irmãos Young. Angus anda com a mesma roupa de estudante, fingindo ter décadas a menos. Malcolm continua parceiro de seus riffs vigorosos e animadores. E Brian Johnson segue gritando e abusando de sua voz esganiçada. O resultado não poderia ser diferente: 15 faixas de puro hard rock, que certamente agradará a legião de fãs da banda que esperava ansiosamente por um novo disco desde Stiff Upper Lip, lançado em 2000.

O AC/DC não inventa. Não quer saber de mudanças a essa altura do campeonato. Black Ice traz músicas diretamente da década de 1970 com qualidade de produção irretocável digna de quem tem muita tecnologia à disposição. Produzido por Brendan O’Brien, que também trabalha com Pearl Jam e The Offspring, o novo álbum já é comparado por fãs mais ardorosos com o épico Black in Black (1980), dono do hit "You Shook Me All Night Long".

Logo na faixa inicial, "Rock’n Roll Train", sabemos o porquê. A fórmula de composição é a mesma: eficiente e direta. Jogo rápido para quem quer ouvir rock’n’roll em volume considerável enquanto abre a janela do carro em velocidade suficiente para bagunçar os cabelos. "Anything Goes", "Money Made" e "War Machine" seguem a mesma estrada.

"Stormy May Day" é o diferencial do disco. As guitarras são distorcidas ao máximo, contrastando de maneira interessante com o vocal de Brian Johnson, que se esforça para soar menos rasgado.

Outro vício eficiente dos australianos são os refrões pegajosos. Eles aparecem em quase todas as faixas, e crescem em "Spoilin’ for a Fight", a sétima do disco. O refrão é repetido dezenas de vezes, mas sempre com algum toque diferenciado nas guitarras, marca dos irmãos Young. A balada do álbum fica por conta de "Rock’n roll Dream", com comportados backings de Johnson.

Provando que mais uma vez a receita funcionou, em apenas 13 dias de comercialização o 15° registro de estúdio do grupo já vendeu cinco milhões de cópias.

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Se o som é o mesmo, o quinteto surpreendeu de algumas formas. A começar pelas capas do disco. Há três versões, que podem ter o clássico nome da banda e o raio que o separa em branco, amarelo ou vermelho.

Outro diferencial é a forma de comercialização. Como estabelecido no contrato com a Columbia Music, Black Ice está somente nas lojas Wal-Mart e Sam’s Club e no próprio site da banda.

O AC/DC esteve no Brasil pela última vez em 1996. No dia 11 de outubro daquele ano, tocou para mais de 50 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba.

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