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Em 1995, o saxofonista norte-americano Joe Henderson lançou o maravilhoso álbum Double Rainbow: The Music of Antonio Carlos Jobim, com versões jazz para algumas das principais músicas de Tom. Como todo bom músico americano que deseja enveredar pela música brasileira, Henderson primou pelo "mar de percussão" a que Jobim se referia quando falava de samba-canção. O resultado é um disco de jazz com um fundo de sambinha, e um saxofonista que explora todo o espaço que a música de Jobim deixa para a improvisação. Demonstra, porém, uma leve intimidação de quem não se sente seguro no terreno em que está pisando.

Onde Henderson titubeou, Mario Adnet passeou com traquejo na técnica e uma aparente tranquilidade – que qualquer bossa nova inspira, afinal. O que se tem em + Jobim Jazz é, antes de tudo, um realce das cores do cancioneiro do maestro. Instrumentos mais vivos encorpam e trazem à superfície nuances, detalhes da genialidade de Tom Jobim. Não é possível empreender um projeto como esse sem um conhecimento profundo da musicalidade brasileira e sem um talento notório como arranjador – talento esse que o próprio Jobim reconheceu no arranjo feito por Adnet para "Maracangalha", de Dorival Caymmi.

Há, entretanto, outra característica de Adnet que é realçada em + Jobim Jazz: a extensa pesquisa que fez em cima do acervo do maestro. Buscar as músicas certas para os arranjos que pretendia é, principalmente, uma preocupação em não ferir a sonoridade de Jobim com artificialidades. GGGG

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