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Olhar de Cinema levou um público maior do que o esperado às salas de exibição | Rosano Mauro/Divulgação
Olhar de Cinema levou um público maior do que o esperado às salas de exibição| Foto: Rosano Mauro/Divulgação

Quando os vencedores do 3.º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba forem anunciados amanhã à noite, no Teatro do Paiol, os organizadores do evento estarão festejando mais do que o encerramento da edição. Para Antônio Júnior, um dos sócios da Grafo Audiovisual, produtora do evento, o principal objetivo traçado para este ano foi alcançado: fincar raízes e se consolidar no calendário cultural da cidade.

No fim de junho, quando chegarem os últimos números da mostra Olhar Itinerante, que levará a mais de 20 municípios do Paraná uma seleção de curtas-metragens, o festival deverá ter totalizado em torno de 15 mil espectadores, o que representa entre 12% e 15% de incremento em relação ao ano passado. Mas Antônio vai mais longe em seu festejo.

"Além de estar atraindo mais espectadores às sessões, muitas delas bem cheias, senão lotadas, percebemos uma maior presença do festival na mídia local e uma participação bem mais expressiva de profissionais do setor audiovisual aqui de Curitiba. Acho que conseguimos o que pretendíamos, e o resultado até superou nossas expectativas. Não foi apenas a mostra Olhar Retrospectivo, com os filmes do Kubrick, que atraiu bastante público", comemorou o produtor.

Esta edição foi tão bem-sucedida no entendimento dos organizadores do evento, que incluem os outros dois sócios da Grafo, Aly Muritiba e Marisa Merlo, que eles não pensam em grandes alterações para o ano que vem. Lamentam a total falta de apoio do governo estadual e a contribuição modesta da Fundação Cultural de Curitiba, mas celebram o fato de terem sido capazes de fazer tanto sem esses apoios oficiais.

Antônio crê que o formato atual permanecerá, como um número entre 90 e 100 filmes distribuídos nas várias mostras, e, talvez, a Multiolhares, paralela com duas obras instaladas na Cinemateca de Curitiba, receba mais atenção. Por outro lado, ele contou que foi um acerto a transferência dos diálogos com diretores e dos seminários para a Livraria Saraiva, no Shopping Crystal, no andar de cima do Espaço Itaú de Cinema, onde as sessões acontecem. "A adesão do público interessado foi muito maior. O festival ficou mais vivo."

Na tela

Confira abaixo comentários de jornalistas do Caderno G sobre filmes exibidos até agora no Olhar de Cinema:

A Vizinhança do Tigre

Em seu impactante longa-metragem, exibido na Mostra Competitiva, o cineasta mineiro Affonso Uchoa, embaralha noções de documentário e ficção, assim como muitos dos títulos, nacionais e estrangeiros, que vêm sendo exibidos neste ano pelo Olhar de Cinema. Por anos, o diretor acompanhou a vida de cinco garotos, alguns ainda na adolescência, em um bairro da periferia de Contagem, município da região metropolitana de Belo Horizonte. A narrativa, se materializou durante o processo de edição, construída de fragmentos do cotidiano dos personagens, que se não foram exatamente roteirizados, responderam a estímulos de Uchoa, que buscou reproduzir situações comuns em suas vidas. GGG1/2 (Paulo Camargo)

Sheep

Há mistérios que não devem ser solucionados. O filme francês Sheep, também participante da Competitiva, talvez seja um deles. Com uma narrativa lenta e nada usual, conta fragmentos da história de Mouton (carneiro, em francês), um jovem quieto e um tanto perturbado, cuja vida é cortar peixes no restaurante de uma pequena cidade litorânea.

Quando se pensa que nada interessante acontecerá, um incidente tira Mouton do centro da trama, descarta toda a história construída ao redor dele e se foca em como seus amigos vivem após o trauma do evento. Carregado de cenas enigmáticas, Sheep é daqueles filmes em que desvendar o significado é menos importante. O que sobra é a sensação de solidão que cada personagem carrega consigo. GGG1/2 (Vir Moraes)

Verona e The Swimming Trunk

Dois dos curtas-metragens exibidos nesta segunda-feira no Olhar de Cinema tiveram recepções bem diferentes, apesar de ambos terem uma linguagem mais subjetiva e a despreocupação em seguir as etapas de uma narrativa tradicional, ou seja, nada de um começo expositivo, meio com grandes conflitos e um fim revelador.

Em Verona, as cenas não parecem muito naturais, o texto soa como se estivesse sido decorado sem envolvimento e até a cena de sexo gay é meio sem propósito. Já o curta The Swimming Trunks traz belas e instigantes cenas. Mesmo com pouco tempo de fita, é possível se envolver com o pequeno, franzino e branquelo garoto que sente uma admiração, quase paixão, por um estranho. Verona: GG1/2; The Swimming Trunk : GGG1/2 (Luciane Horcel)

O Iluminado

Assistir a clássicos de Stanley Kubrick em uma sala de cinema é uma experiência gratificante. No caso de O Iluminado, que teve duas sessões dentro de festival, o horror e o suspense do filme ficam ainda mais evidentes. Nesta edição, a mostra Olhar Retrospectivo dedicou sua programação ao cineasta, e agradou: grande parte das sessões lotaram antes mesmo do festival começar. A curadoria bastante acertada reuniu tanto os sucessos de Kubrick como outros menos conhecidos do público. A boa recepção dos frequentadores mostra o quanto esse tipo de iniciativa é válida, pois promove formação de plateia e atende um público amplo, desde a pessoa que não teve contato com a obra do cineasta até cinéfilos que desejam simplesmente rever o seu filme favorito. GGGGG (Isadora Rupp)

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