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Música

Esse tal de rock além-mar

Bandas portuguesas vivem bom momento e são (re)descobertas pelo Brasil

O roqueiro veterano Pedro Abrunhosa está mais calmo em novo disco, entitulado Longe | Divulgação
O roqueiro veterano Pedro Abrunhosa está mais calmo em novo disco, entitulado Longe (Foto: Divulgação)
Os Pontos Negros: ecos de The Killers, Strokes e Franz Ferdinand, com toques religiosos |

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Os Pontos Negros: ecos de The Killers, Strokes e Franz Ferdinand, com toques religiosos

Seja pela voz do bardo veterano Pedro Abrunhosa, ou pelos acordes de novos gajos, como os que formam a banda Os Pontos Negros, não importa: o rock português está efervescente e sofre seu segundo boom – o primeiro, como no Brasil, foi nos anos 1980. Dois novos lançamentos desses artistas comprovam que a música quatro por quatro feita além-mar tem potencial para agradar fãs não só na Terrinha.

Pedro Abrunhosa tem 50 anos e já fez shows no Brasil, inclusive em Curitiba. Suas músicas ganharam interpretações de Caetano Ve­­loso, Lenine, Zeca Baleiro e Sandra de Sá, entre outros. O primeiro álbum de estúdio, Viagens (1994), foi um sucesso estrondoso (tripla platina). Seus discos posteriores também tiveram grande repercussão e não é diferente o que acontece agora com Longe, seu sexto trabalho de estúdio, lançado também por aqui.

O novo álbum é um tiro certo. O português mescla rock à pitadas de música negra, criando hits co­­mo "Fazer o Que Ainda Não Foi Feito" – cantado num duo com Ivete Sangalo em uma apresentação em Portugal neste ano. Em "Rei do Bairro Alto", o músico faz crítica social com bom humor e "Entre a Espada e a Parede" de­­monstra to­­do o potencial de seu timbre peculiar. Neste disco, diferentemente do que acontecia em outros, Abrunhosa é mais calmo ao cantar. Parece falar a quem o ouve e o efeito, catalisado pelo sotaque lusitano, é algo singular. Em Longe, o músico apresenta também sua nova banda, a Comité Caviar.

Os meninos de Queluz

Jónatas e David são filhos de ex-missionários moçambicanos que foram para Portugal assumir o pastorado de uma igreja batista. Silas, também filho de pastor, e Filipe, são os outros integrantes da banda Os Pontos Negros. Eles se conheceram em Queluz, arredores de Lisboa, a lançam agora Pequeno Almoço Continental, seu segundo e badalado disco.

A história foi rápida. Gravaram um EP de cinco faixas em 2007, e logo já foram contratados pela Universal Music. O motivo: um rock difícil de ignorar, apoiado em guitarras pesadas e em refrões sugestivos.

No novo trabalho, encontram-se referências das mais diversas, como The Killers, Strokes e Franz Ferdinand. Fato curioso é que o quarteto não deixou para trás suas influências musicais-religiosas. "Glória", por exemplo, é uma balada sustentada por teclados em bom volume.

Mas o que faz de Pequeno Almoço Continental um bom disco são as autossátiras, presentes em "Duro de Ouvido" – em que o vocalista Jónatas diz não saber tocar acordes compostos –, e às nuances de rock-and-roll clássico que se misturam às suas influências mais atuais. Parece ser outra porta para que a banda ganhe o mundo.

"Há muita coisa que se faz aqui em Portugal que não se ouve nem se vê lá fora. Embora poucos, te­­mos exemplos de artistas que conseguiram ter sucesso no exterior, como Amália Rodrigues, Madredeus e, agora, Deolinda. É bonito falar em triunfar fora de Portugal, mas acho que o mais importante é que as pessoas daqui se sintam identificadas com a música que se faz dentro das nossas fronteiras e que as bandas sejam fiéis a isso mesmo", disseram os músicos, em entrevista ao site Scream & Yell – www.screamyell.com.br.

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