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Milhares de fãs de James Brown fazem fila à espera da oportunidade de se despedir do "Patriarca do Soul", que está sendo velado no Teatro Apollo, no Harlem, em Nova York, onde o cantor gravou um de seus álbuns clássicos.

Brown morreu do coração, no dia de Natal, aos 73 anos, depois de colocar o funk definitivamente no cenário musical e influenciar toda uma geração da música negra.

Enquanto o teatro não era aberto, um sósia de Brown mantinha a fila entretida com um show improvisado.

- Eu achava a música dele demais, fenomenal. Ele vai fazer bastante falta - disse o pugilista Iran "The Blade" Barkley a uma TV local enquanto esperava na fila. - Eu o conheci numa das minhas lutas, e agora só vim transmitir meu respeito a ele.

Na sexta-feira (29), o corpo será levado para Augusta, a cidade natal do cantor na Geórgia, onde haverá uma cerimônia reservada. Outro velório público está previsto para sábado (30), antes do enterro.

Brown foi um dos maiores artistas e band leaders dos EUA. Criou um som revolucionário, que misturava os ritmos do funk e metais sincopados como fundo para os seus vocais explosivos.Artistas do hip hop e do rap o reverenciam e não se cansam de usar suas batidas como base para músicas próprias, enquanto cantores como Michael Jackson derivam do seu jeito de dançar.

Brown, que se dizia "o homem que mais trabalha na indústria do entretenimento" fez mais de cem shows neste ano, que deveria terminar com uma apresentação no Reveillon da Times Square.

Ele emplacou mais de 119 compactos nas listas de mais vendidos e gravou mais de 50 álbuns. Foi colocado no Hall da Fama do Rock e recebeu um Grammy pelo conjunto da obra.

Entre os maiores sucessos estão "Please, Please, Please", "Papa's Got a Brand New Bag", "I Got You (I Feel Good)", "Get Up (I Feel Like Being a Sex Machine)" and "It's a Man's, Man's, Man's World".

Brown cresceu na pobreza, cometendo pequenos delitos em Augusta numa época em que o sul dos EUA ainda vivia a segregação racial. A carreira musical começou numa prisão para menores infratores.

A vida pessoal continuou turbulenta até o final. Em 1988, foi preso por posse ilegal de drogas e armas e por irregularidades no veículo após uma perseguição pela Geórgia e pela Carolina do Sul, que terminou quando a polícia atirou nos pneus da sua picape. Ele deixou a prisão em 1991.

Apesar de ter sido nomeado para um conselho antidrogas do governo Reagan, foi detido várias vezes nas décadas de 1980 e 90 por porte de armas e drogas.

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