Nicolas Cage é fã confesso de quadrinhos. Não por acaso, se envolveu com Kick-Ass, adaptação da HQ homônima de Mark Millar, e com Motoqueiro Fantasma. Apaixonado por magia, o ator, de 46 anos, tem entre seus filmes favoritos Fantasia, clássico Disney de 1940, que conquistou dois Oscars honorários.
Por conta disso, a participação do artista em O Aprendiz de Feiticeiro (confira horários das sessões, trailer e fotos), também distribuído pela Disney, é mais que a realização de um sonho. No filme, que estreia hoje nos cinemas, Cage é Balthazar, um feiticeiro com mil anos de idade e um dos mais aplicados alunos do mago Merlin.
O longa, na verdade, faz uma bela homenagem a Fantasia. "Eu queria explorar um lado mais mágico e fantástico, em que eu pudesse interpretar um personagem que tivesse habilidades místicas. Para mim, (Fantasia) é o filme mais belo já feito", declarou o ator à imprensa.
Dirigido por Jon Turteltaub (de O Tesouro: Livro dos Segredos), O Aprendiz de Feiticeiro começa na morte de Merlin, que foi traído por um dos seus seguidores. Para controlar Morgana Le Fay, Balthazar terá que encontrar o descendente de seu mestre, que também herdará os seus grandes poderes.
A busca é intensa, pelos mais variados lugares e épocas, até que em pleno século 21, em Nova York Balthazar esbarra em Dave Stuler (Jay Baruchel, que imprime muita personalidade ao personagem). Nerd, reservado e nada popular entre as garotas, caberá ao rapaz o desafio de vencer Morgana e ainda libertar o grande amor de Balthazar, a também feiticeira Verônica.
Como Mickey, Dave revive a cena em que vassouras descontroladas e outros objetos domésticos fazem a maior confusão após um feitiço mal pensado. Aliás, vem de Goethe a inspiração imortalizada por Disney na tela grande (mais especificamente do poema "14-Stanza", de 1797).
O texto, transformado em obra sinfônica pelo compositor francês Paul Dukas, foi descoberto por Walt Disney, que a partir do musical teve a ideia de criar Fantasia. Quanto a O Aprendiz de Feiticeiro, o que prevalece mesmo é a diversão.
Apesar de algumas citações ao clássico dos anos 40, a trama chama a atenção sobretudo pelos bons efeitos especiais, as excelentes sequências de ação e pela atuação de Cage e Baruchel. Cria-se, entre mestre e aprendiz, uma relação quase paterna e que pode comover os espectadores mais sensíveis. Isso sem falar também nos "conflitos de gerações", que podem render boas risadas.
