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Antropofocus inaugura amanhã as atividades do Circuito Cultural Sesi – Teatro Guaíra

Contos Proibidos de Antropofocus estreou em novembro passado, viajou pelo interior paulista e retorna ao cartaz no Teatro José Maria Santos | Fotos: François Yumi Sumi/Divulgação
Contos Proibidos de Antropofocus estreou em novembro passado, viajou pelo interior paulista e retorna ao cartaz no Teatro José Maria Santos (Foto: Fotos: François Yumi Sumi/Divulgação)
O humor sonoro, mas sem palavras, dá o tom em Contos.... Agora o grupo pesquisa o silêncio |

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O humor sonoro, mas sem palavras, dá o tom em Contos.... Agora o grupo pesquisa o silêncio

As companhias curitibanas encontraram uma nova abertura para chegar ao grande público na parceria firmada entre o Sesi e o Teatro Guaíra para ocupar o Teatro José Maria Santos, com temporadas mensais de peças teatrais, além de apresentações de circo e dança.

O Circuito Cultural será aberto amanhã trazendo o elenco do grupo de comédia Antropofocus, uma das trupes com maior apelo de público da cidade, respaldado por um trabalho contínuo de pesquisa. Apresenta-se de quarta-feira a domingo, com o espetáculo Contos Proibidos de Antropofocus, uma resposta dos comediantes ao desafio autoimposto de fazer rir abdicando de palavras.

O Circuito Cultural selecionou seis montagens curitibanas para cumprir a programação deste ano. A comissão formada por profissionais das duas entidades levou em conta, além da qualidade artística e do currículo dos grupos, a formação de plateia. Chegou a uma seleta de obras que já haviam feito temporadas bem-sucedidas na cidade, como Bicho Corre Hoje e O Evangelho Segundo São Mateus (veja todos os participantes no quadro abaixo).

A intenção do projeto é falar com o grande público e, ao mesmo tempo, atrair para a plateia trabalhadores dos setores de indústria e comércio. O Sesi se comprometeu, segundo sua assessoria de comunicação, a repassar ingressos a empresas e sindicatos parceiros. As entradas para o espectador comum estarão à venda na bilheteria por R$ 10. "Uma das vantagens desse projeto são os preços populares. Não adianta ser bom para as companhias e não ser bom para o público", comenta o diretor do Antropofocus, Andrei Moschetto.

Os benefícios para os grupos participantes envolvem cachê e apoio na divulgação, além da tranquilidade de habitarem sozinhos o teatro pelo período de um mês, sem o monta-desmonta de quem partilha o palco com a sessão da meia-noite ou matinê. "Não existe nada melhor do que poder ter um teatro legal em que se possa deixar a luz e o som como se quer e amadurecer o espetáculo com a parte técnica e a plateia. É uma coisa difícil de se conseguir em um teatro particular ou fora de edital", comemora Andrei.

Mais do que isso, uma oportunidade como essa evita a evasão. "Qualquer iniciativa nova de fomento traz a vantagem de, cada vez mais, a cidade oferecer a chance de manter aqui os artistas que nela se criam", observa o diretor, que também se dedica ao projeto de pesquisa Psiu, incentivado pela Fundação Cultural. Na nova empreitada, abandona de vez os sons para investigar como a comédia acontece no silêncio – nada de trilha sonora ou mesmo menção a sons reconhecíveis. Para aprofundar o assunto, o Antropofocus tem pesquisado o humor com surdos.

Contos Proibidos de Antropofocus estreou em novembro passado. Terminada a temporada inaugural, os atores fizeram as malas rumo ao interior paulista, pelo edital Viagem Teatral, do Sesi São Paulo. Circularam por 14 cidades, da grande Osasco à pequena Birigui, em 12 finais de semana corridíssimos. "A gente saía daqui depois do horário de trabalho, passava o sábado montando o palco, domingo recolhíamos as coisas e pegávamos a estrada de volta de madrugada, para ir trabalhar na segunda-feira de manhã. Por três meses", conta Moschetto. "Estamos muito felizes por ter participado e por ter acabado".

A experiência plantou uma curiosidade. Uma das piadas, relacionada ao barulho de celular, não funcionou entre os paulistas, embora causasse risos nos curitibanos. Será que a piada venceu ou as diferenças culturais é que atrapalharam? Isso, Andrei e os atores vão descobrir amanhã à noite, novamente diante do seu público cativo.

Serviço

Contos Proibidos de Antropofocus. Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655), (41) 3304-7954. Estreia dia 3 de junho. Quarta a sábado, às 20 horas, e domingo, às 19 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia). Até 28 de junho.

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