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Cinema

Festival Varilux chega a Curitiba, Londrina e Maringá

Evento traz, a partir desta sexta-feira, a força e a diversidade da produção audiovisual da França em 17 filmes

Omar Sy (à esq.) e François Cluzet estrelam o blockbuster Intocáveis | Divulgação
Omar Sy (à esq.) e François Cluzet estrelam o blockbuster Intocáveis (Foto: Divulgação)
Polisse: Prêmio do Júri no Festival de Cannes |

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Polisse: Prêmio do Júri no Festival de Cannes

Os franceses costumam dizer, não sem justificado orgulho, que são a "exceção cultural" na Europa Ocidental. O país em forma de hexágono é o único onde o consumo da produção nacional, da música ao cinema, passando pela literatura e por programas de televisão, não apenas se rivaliza, como muitas vezes supera o que vêm de fora, sobretudo dos Estados Unidos.

O Festival Varilux de Cinema, que começa nesta sexta-feira em Curitiba (Espaço Itaú de Cinema), Maringá (Cineflix), Londrina (Royal Plaza) e mais 30 cidades brasileiras, e vai até o dia 23 de agosto, atesta a vitalidade dessa força de resistência à ocupação quase militar representada pelos títulos made in Hollywood mundo afora.

Entre os 17 longas-metragens selecionados para a edição deste ano, um deles, Intocáveis é exemplo desse fôlego diante da concorrência estrangeira. O filme de Eric Toledano e Olivier Nakache levou 20 milhões de espectadores às salas de exibição da França – para se ter uma ideia, Tropa de Elite 2, o título nacional mais visto no Brasil em toda a história, teve 11 milhões de pagantes.

Intocáveis é uma comédia dramática que reúne ingredientes que a tornam atrativa para várias faixas de público, o que em parte explica seu imenso sucesso: é, ao mesmo tempo, humanista, tocante e engraçada. Philippe (François Cluzet) é um aristocrata parisiense que fica tetraplégico depois de um acidente de parapente. Sua condição exige que ele tenha um cuidador quase em tempo integral, mas, por conta de seu temperamento explosivo, os contratados duram muito pouco tempo na posição. Até que entra em cena Driss (Omar Sy, vencedor do César de melhor ator por seu desempenho), um jovem de origem senegalesa que vive na periferia da capital francesa.

Embora não tenha qualquer experiência no trato de pessoas com deficiência, Driss tem algo muito valioso a oferecer a Philippe: alegria de viver. A espontaneidade e a rebeldia do cuidador, que não quer nada com nada e preferiria sobreviver com o dinheiro do seguro-desemprego a trabalhar, de alguma forma fazem com que seu patrão saia da posição de vítima e repense sua vida. O encontro também acaba mexendo com os valores de Driss, que passa a prestar mais atenção a sua família e assumir responsabilidades antes desimportantes para ele.

Retrato da França contemporânea, multicultural e em processo de transformação por conta da forte presença de imigrantes no país, Intocáveis, se não chega a ser um grande filme, oferece um roteiro, baseado em fatos reais, muito bem costurado, atuações de primeira e um notável equilíbrio entre emoção e humor.

Cannes

Outro destaque da programação do Varilux, que na edição do ano passado teve cerca de 45 mil espectadores em todo o país, é o ótimo Polisse, da diretora e atriz Maïwenn. Vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes em 2011 e do César de melhor edição e atriz revelação (Naydra Ayadi), o filme retrata o dia a dia da divisão da polícia de Paris encarregada da proteção de crianças e adolescentes. Maïwenn vive o papel de uma fotojornalista cuja pauta é justamente acompanhar a rotina dos agentes em um drama cuja linguagem se aproxima bastante da documental.

Convidados

Estarão no Rio de Janeiro a partir de amanhã, para divulgar o festival, diretores, atores e profissionais de alguns dos longas participantes do Festival Varilux neste ano. Entre eles, a também atriz e diretora franco-libanesa Nadine Labaki (de Caramelo), que vem ao país lançar seu novo filme, E Agora, Aonde Vamos?, que participou, no ano passado, da mostra Um Certo Olhar, em Cannes, da qual saiu com um prêmio especial do Júri Ecumênico. O longa retrata os esforços de um grupo de mulheres no intuito de apaziguar a tensão entre muçulmanos e cristãos em uma pequena aldeia do Líbano.

Também estarão no Rio as atrizes Agathe Bonitzer, protagonista de Uma Garrafa no Mar de Gaza; Isabelle Candelier, de Adeus Berthe ou o Enterro da Vovó; e Astrid Bergès- Frisbey, protagonista de A Filha do Pai; os diretores Moussa Touré (de O Barco da Esperança), Thierry Binistri (de Uma Garrafa no Mar de Gaza) e Jean-Pierre Denis (de Aqui Embaixo); e Khaled Mouzanar, compositor da trilha sonora de E Agora, Aonde Vamos?.

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