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A quatro meses da realização de sua quinta edição, entre 4 e 10 de outubro, o Festival do Paraná de Cinema Brasileiro e Latino está sob sério risco de não acontecer, de acordo com Íttala Nandi, atriz, produtora e realizadora do evento.

Em entrevista concedida por e-mail à Gazeta do Povo, ela conta ter sido informada por telefone pelo próprio presidente da Copel, Ronald Ravedutti, que a empresa deixaria de patrocinar o festival, criado durante o governo de Roberto Requião, por razões financeiras. O festival aconteceu até agora viabilizado pela Lei Rouanet, por meio dos Ministérios da Cultura e Relações Exteriores, governo do Paraná, Copel e Nandi Produções Artísticas – empresa da atriz.

Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da Copel informou que Ravedutti estava em viagem ao exterior, mas que o departamento de marketing da estatal aguarda apenas que o projeto seja aprovado pelo MinC para analisar o patrocínio.

Dias antes de receber o telefonema, Íttala conta que soube da decisão pela primeira-dama do governo do Paraná, Regina Pessuti. "Ela me disse que estariam criando uma comissão para analisar os projetos de patrocínio da Copel que tinham Lei Rouanet. Achei muito estranho, pois se esse governo Pessuti é um governo tampão, que fica apenas 6, 7 meses no governo, porque fazer algo desse tipo? Não seria mais sensato dar seguimento ao que havia sido feito no Governo anterior?", diz, atribuindo esta decisão a uma "guerra de egos". Em resposta às informações, a atriz divulgou nota de repúdio ao governo do Estado, no dia 21, lamentando a decisão da Copel.

Ela informa que o orçamento do festival é de R$ 770 mil, sendo que R$ 307 mil só de prêmios. "Os festivais mais antigos do país têm orçamento em torno de dois, três milhões de reais", diz. Além da Copel, Íttala enumera que o festival também recebe auxílio em passagens nacionais e aluguel do equipamento de 35mm do Governo do Estado e passagens internacionais do Ministério de Relações Exteriores.

Para tentar reverter a decisão do governo do Estado, Íttala foi buscar apoio com o ex-governador Roberto Requião e o senador Pedro Simon, a quem chama de "padrinhos do festival". "Se houver apoio por parte deles talvez se consiga fazer o festival. Se não, teremos que devolver todos os filmes inscritos, que a essa altura já são mais de 50", lamenta.

Ela espera, no entanto, que a decisão do governador Orlando Pessuti não seja irrevogável. "A população do Paraná precisa ter sua autoestima revigorada, porque é um povo sofrido com tantos atos repressivos. Aqui no Paraná é onde sinto ainda a ditadura militar mais próxima das pessoas", diz.

As inscrições para a quinta edição do festival estão abertas desde o dia 15 de abril e se encerram no próximo dia 30.

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