Fiel aos quadrinhos originais, aguardado “Watchmen” promete agradar aos fãs da série

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Depois de quase duas décadas de muita expectativa, os fãs da graphic novel mais elogiada da história podem comemorar. O filme Watchmen, adaptação cinematográfica da série de quadrinhos homônima criada por Alan Moore e Dave Gibbons publicada em 12 edições entre 1986 e 1987, chega aos cinemas sob o comando de Zack Snyder, o elogiado diretor do filme "300", outra graphic novel de sucesso.

A série de Alan Moore e Dave Gibbons, dois respeitados escritores do gênero, é cultuada como uma das mais complexas e interessantes histórias em quadrinhos já criadas. A obra é considerada uma referência para o gênero, e desperta a admiração de fãs pelo mundo inteiro. Para se ter uma ideia do seu prestígio, a obra foi a única série em quadrinhos a figurar na lista das 100 maiores romances da literatura americana em uma eleição promovida pela revista Time em 2005.

A boa notícia é que os fãs da obra original dificilmente irão se decepcionar com o longa. Ao contrário da maioria das adaptações cinematográficas de quadrinhos que é acusada de ser pouco fiel a história original, Watchmen consegue manter boa parte das cenas e dos diálogos originais intactos.

A história se passa numa América alternativa em 1985, em pleno período da Guerra Fria. O país está à beira de uma guerra nuclear sem precedentes que pode destruir todo o planeta. Nesta sociedade, a existência de super-heróis era algo absolutamente comum até a aprovação de uma lei que os proibiu de agir. É neste cenário que ocorre o misterioso assassinato do justiceiro aposentado Comediante (Jeffrey Dean Morgan). Inconformado com o crime, o herói mascarado Rorschach (Jackie Earle Haley), seu ex-colega em um grupo de vigilantes conhecidos como Watchamen, passa a investigar o caso.

Conforme vai avançando, Rorschach começa a suspeitar que todos os outros ex-integrantes do grupo podem ser os próximos alvos do assassino. No entanto, a situação torna-se ainda pior do que ele imaginava no princípio: tudo parece fazer parte de uma chocante conspiração que planeja tornar real uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a União soviética, um combate que pode destruir toda a humanidade.

Quem já teve a oportunidade de acompanhar a graphic novel certamente irá se familiarizar com os personagens. Além dos diálogos praticamente idênticos aos dos quadrinhos, o visual e a caracterização dos protagonistas está fiel ao material original, incluindo o fascinante Dr. Manhattan (Billy Crudup), cuja exótica aparência azulada semelhante a da graphic novel foi feita em computação gráfica.

Outro ponto de destaque são os combates entre os heróis. O diretor Zack Snyder usa e abusa de efeitos de câmera lenta a cada soco desferido pelos personagens, o que realça a violência de cada golpe. Aliás, violência é o que não falta: todas as cenas de luta são bastante gráficas e repletas de realismo. Não é a toa que a produção foi classificada apenas para maiores de 18 anos.

Neste aspecto, os méritos são quase todos do diretor Zack Snyder. Depois de ter ganhado destaque no cenário internacional com a adaptação do longa "300", ele não apenas assumiu com mão-de-ferro o comando de Watchmen como conseguiu convencer a Warner Bros., produtora do longa, a não abrandar as cenas de violência e nem diminuir o tempo de duração do filme, que tem 161 minutos.

No elenco, formado em sua maioria por atores e atrizes pouco conhecidos do grande público, vários nomes merecem destaque. Jeffrey Dean Morgan (da série "Grey's Anatomy"), por exemplo, cria um Comediante tão sádico e ambíguo quanto o dos quadrinhos. O mesmo vale para Jackie Earle Haley (Pecados Íntimos), Malin Ackerman (Vestida Para Casar) e Patrick Wilson (O Vizinho), que interpretam respectivamente os personagens Rorschach, Espectral e Coruja.

Watchmen tem tudo para figurar entre as mais marcantes adaptações cinematográficas de quadrinhos já feitas, seja pele qualidade técnica ou pela história repleta de referências a cultura pop americana.