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No macabro mas divertidíssimo filme de animação de Tim Burton, "Noiva cadáver", o mundo da morte está cheio de cor, música e diversão. Já o dos vivos é opressivo e em branco e preto. A cara do diretor de "Edward Mãos de Tesoura" e "A fantástica fábrica de chocolate".

Para seu mais novo longa-metragem, exibido nesta quarta no Festival de Cinema de Veneza, usou técnicas de animação de "stop-motion" e deixou de lado a geração de imagens por computador usada em êxitos como "Shrek" e "Toy Story". Mas não abriu mão de seu fiel ator, Johnny Depp.

- É uma alusão à qualidade das velhas técnicas - disse o diretor a jornalistas. - Há algo muito emotivo nisto. É difícil de explicar (...) a idéia de alguém movendo um boneco quadro por quadro.

O filme que Burton demorou dez anos para levar às telas não está concorrendo ao Leão de Ouro, mas a excelente recepção que teve em pré-estréia para a imprensa e a crítica especializada mostrou que o longa-metragem poderia ter entrado na competição.

As vozes dos personagens são de estrelas como Johnny Depp, que não compareceu ao festival, Helena Bonham Carter, Emily Watson, Albert Finney, Christopher Lee, entre outros.

"Noiva cadáver", que estréia na América do Norte em 16 de setembro e no Brasil dia 28 de outubro, é baseado em uma antiga lenda da Rússia judaica. Conta a história de um jovem que, na véspera de seu casamento, atravessa um bosque.

Inseguro sobre se conhece as "fórmulas" nupciais que terá de mostrar no dia seguinte, ele pára em frente a uma árvore e coloca a aliança em um galho. Na realidade, o galho é o dedo de uma mulher morta e enterrada com roupa de noiva que, depois ressucita querendo casar.

O jovem tenta fugir, mas a noiva o persegue e o conduz às profundezas da terra onde habitam os mortos. O noivo tenta fugir da situação para encontrar a jovem que ama de verdade.

Os protagonistas do filme não são simplistas, nem chatos. E revelam um caráter complexo e ambíguo, que faz desse filme uma pequena jóia rara em um panorama dominado pela uniformidade e pelo estereótipo.

O mundo dos mortos, por exemplo, é muito mais vital e colorido que o dos vivos. Enquanto a trilha sonora é sensacional. Viva Tim!

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