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Brasileiro

Filme retrata ascensão e queda de Simonal

Simonal ao lado de Pelé: um fenômeno pop ao lado de outro | Divulgação
Simonal ao lado de Pelé: um fenômeno pop ao lado de outro (Foto: Divulgação)

Pouco antes de morrer, aos 62 anos, doente, magoado e esquecido, Wilson Simonal (1938- 2000) dizia que ainda sonhava com o reconhecimento em vida por suas qualidades artísticas, mas já era tarde demais. O que ficou mais forte na memória do público que não o viu cantar foi a controvertida imagem de delator.

O documentário Simonal – Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, que estreia em Curitiba amanhã, discute essa questão nebulosa, acirrada pelos radicalismos nos tempos da ditadura militar. O filme também revela para as novas gerações o astro pop que dominava as massas. Com doses intensas de alegria e tristeza, conta a saga do papa do suingue, um dos maiores cantores brasileiros da História.

Pesquisa

O "rei do patropi" tinha um jeito brincalhão de picotar as palavras, pronunciando só as primeiras sílabas, como o fez em um de seus maiores êxitos, "País Tropical" (Jorge Ben). Mas foi "Nem Vem Que Não Tem" que motivou Langer e Calvito, sócios de uma produtora, a pesquisar sobre o cantor.

"Quando estávamos empolgados porque descobrimos uma história maravilhosa para um filme, soubemos que Claudio Manoel, já tinha começado a fazer um projeto desse dois anos antes", diz Langer. "Na hora foi um balde de água fria, mas resolvemos ligar para ele e daí nasceu essa parceria."

Exibido pela primeira vez em 2008 no festival É Tudo Verdade, o filme tem como um dos principais trunfos a entrevista com o contador Raphael Viviani. Ele foi o pivô do episódio que marcou a queda vertiginosa de Simonal, um ídolo que no auge do sucesso concorria em popularidade com Roberto Carlos. Acusado pelo cantor de tê-lo desfalcado, Viviani foi demitido e moveu uma ação trabalhista contra Simonal.

O troco veio em forma de tortura, praticada, entre outros, por um segurança do cantor (como ele mesmo revelou) ligado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Processado por mais esse episódio, Simonal levou como testemunha aquele mesmo policial, Mário Borges, que o apontou como colaborador do Dops. Depois disso, o ídolo desmoronou. No filme, José Bonifácio Sobrinho, o "Boni", da TV Globo, lembra que ele "nunca foi julgado e vaiado pelo público, mas pela própria classe dele e pelos veículos de comunicação".

Na sequência do documentário, serão relançados seus principais discos, gravados na Odeon de 1961 a 1971, além de uma coletânea em CD duplo da Som Livre. A caixa da EMI traz como novidade um álbum inédito no Brasil, gravado no México em 1970. Também saem em breve dois livros sobre ele: uma biografia escrita pelo jornalista Ricardo Alexandre e Quem Não Tem Swing Morre Com a Boca Cheia de Formiga, de Gustavo Alonso.

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