
Até o último dia 4, um levantamento do portal Filme B, especializado no mercado cinematográfico brasileiro, mostrou os melhores faturamentos de dez filmes exibidos no país neste ano: todos eles estrangeiros. Não é de hoje. O cinema nacional tem um espaço restrito na programação, sobretudo nas grandes redes exibidoras. Para tentar mudar esse quadro, a grade da Rede Cinemark será dedicada hoje somente ao cinema nacional, com diversas sessões ao preço único de R$ 3.
O Projeta Brasil Cinemark, que chega a sua 13ª edição, acontecerá simultaneamente nas 466 salas dos 58 complexos da rede no país (em Curitiba, participam os Shoppings Mueller e Park Barigui) e traz 22 longas-metragens brasileiros. Desde títulos que já saíram de cartaz até produções recentes, a exemplo de Gonzaga de Pai para Filho e Até Que a Sorte Nos Separe, comédia que, no fim de semana passado, teve a segunda maior bilheteria no país, segundo o Filme B, perdendo somente para a megaprodução 007 Operação Skyfall. O filme paranaense Curitiba Zero Grau, dirigido por Elói Pires Ferreira, também está entre os títulos em cartaz o longa-metragem já levou 18 mil espectadores para as salas de cinema nas 12 semanas em cartaz.
A intenção do projeto, diz a diretora de marketing da rede, Betina Boklis, é mostrar o potencial do cinema brasileiro. "Queremos incentivar as pessoas para que elas possam comprovar a qualidade do que tem sido produzido." A soma de público dos 12 anos anteriores chega a 1,6 milhão de espectadores, sendo que, em 2011, foram 133 mil. "É um número bastante positivo, considerando que a maioria das pessoas costuma frequentar ao cinema na parte da tarde e à noite", avalia Betina. Por conta do projeto, as sessões costumam receber até quatro vezes mais pessoas do que o habitual para uma segunda-feira.
Com preço simbólico, a renda gerada pelas sessões (o valor não foi aberto pela rede) é destinada a projetos de fomento ao cinema nacional, como o prêmio de documentário no Festival Internacional do Rio e investimentos na Academia Brasileira de Cinema. Betina ressalta que a arrecadação é repassada integralmente aos programas, pois os exibidores abrem mão da parcela de bilheteria a que teriam direito.
Audiência
Resta saber se o projeto vai impulsionar a audiência de Curitiba, já que a cidade é a pior praça para o cinema nacional no país. O Filme B coletou dados entre janeiro e setembro do ano passado em dez cidades brasileiras, e concluiu que as produções nacionais respondem por apenas 8,9% da audiência curitibana. Além disso, nenhum dos longas-metragens brasileiros ficou entre os dez mais vistos em Curitiba naquele período.




