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A consagração do documentário "Uma verdade inconveniente" no último Oscar já anunciava o início de um novo tempo em Hollywood: a era dos filmes "verdes". Em sintonia com o Dia Mundial do Meio ambiente, comemorado nesta terça-feira (5), a indústria cinematográfica anuncia uma nova temporada de filmes ecologicamente corretos, cujas histórias têm como base a preocupação com o aquecimento global e a destruição das florestas.

Esse é o caso de "The happening", de M. Night Shyamalan, "Avatar", de James Cameron, "Transformers", produzido por Steven Spielberg, e até mesmo de "Simpsons – O filme". Para reforçar a leva, o veterano Gary Ross, produtor do clássico pop "Quero ser grande", prepara o remake do cult do terror "Creature from the black lagoon", de 1954, também voltado para as questões ecológicas.

Prestes a entrar em cartaz nos cinemas de todo o mundo, essa turma de produções mostra a revanche do planeta e faz da humanidade seu verdadeiro vilão. Num movimento de fúria vingativa, a Terra está cansada de tantos abusos e se revolta contra o Homem.

Diga adeus aos antigos vilões: gangsters, aliens, terroristas e ditadores maus são coisa do passado. Com os filmes ecológicos, Hollywood não tem pudores em alarmar os espectadores, desde que não faltem efeitos especiais, diversão e pipoca.

No novo longa de Shyamalan, por exemplo, o cineasta revelado pelo bem-sucedido "O sexto sentido" mostra o drama de uma família em fuga de uma crise natural de grandes proporções, que ameaça seriamente a vida humana. Estrelado por Mark Wahlberg, o longa-metragem será uma superprodução e tem estréia mundial prevista para o início de 2008.

Já em "Transformers", que chega aos cinemas americanos em 4 de julho e aos brasileiros dia 20 do mesmo mês, robôs guerreiros de um planeta vizinho transformado em lixão desembarcam na Terra, que enfrentam uma devastação similar. No longa-metragem, dirigido por Michael Bay, os monstros do mau são resultado da decadência do meio ambiente.

No remake do terror "Creature from the black lagoon" (Criatura do lago negro), que começa a ser filmado no segundo semestre, um grupo em expedição à Amazônia é punido pelos crimes cometidos em nome de empresas multinacionais que exploram a área. Produzido pela Universal Pictures e comandado por Gary Ross, o longa-metragem promete tirar o sono de muita gente, com cenas assustadoras do monstro anfíbio que vive no fundo do rio, resultado de mutações provocadas pela poluição industrial.

De alguma forma, a crucificação da indústria pela destruição ambiental não é novidade em Hollywood. O tema já foi explorado por longas como "Erin Brockovich" (2000), com Julia Roberts, "Silkwood – O retrato de um coração" (1983), com Meryl Streep, e "Ameaça subterrânea", com Steven Seagal. O retrato de um mundo pós-apocalíptico tampouco é novidade. Ele está na base de diversos filme, da série "Mad Max" a "Extermínio 2", que entrou em cartaz na semana passada.

Entretanto, a nova onda de filmes "verdes" injeta uma diferença sutil na equação da consciência ambiental: o Homem não é visto como vítima. "Avatar", a nova superprodução do criador de "Titanic", é talvez o melhor exemplo da radicalização de tal idéia. A aventura de ficção científica acontece numa época em que os humanos já exauriram todos os recursos naturais da Terra e agora buscam novas fontes de riqueza em outros planetas. Porém, os habitantes das terras invadidas não deixam barato e contra-atacam a toda.

Com estréia prevista para o início de 2009, a superprodução promete abrir novos caminhos no campo dos efeitos especiais, com um orçamento em torno de US$ 250 milhões, entre os mais caros da história.

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