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TEATRO

“Fiquei chateado de ser um papel tão curto”, diz Tarcísio Meira sobre “Velho Chico”

Ator surpreendeu em sua aparição a jato na novela global; nesta sexta ele estará no Guairão com “O Camareiro”

Tarcísio Meira faz papel de ator em crise na peça. | Juliana Hilal /Divulgação
Tarcísio Meira faz papel de ator em crise na peça. (Foto: Juliana Hilal /Divulgação)

Aparticipação de Tarcísio Meira na novela “Velho Chico” foi o suficiente para mostrar que o ator de 80 anos está em plena forma, embora tenha se limitado a apenas um capítulo.

Os curitibanos terão a sorte de conferir sua performance ao vivo nesta sexta-feira (8), no Guairão, no papel de um ator em crise. “O Camareiro” marca seu retorno aos palcos após 20 anos de dedicação à TV. O papel lhe rendeu o prêmio Shell-Rio de teatro deste ano.

Seu personagem não consegue recordar as falas de “Rei Lear”, peça de Shakespeare que está encenando, e sofre com as angústias da Segunda Guerra e a senilidade que afeta sua mente. Como fiel escudeiro, seu camareiro Norman (Kiko Mascarenhas) o ajuda a sobreviver a esse período difícil.

A direção é de Ulysses Cruz, e Tarcísio conta que até se surpreendeu ao ser chamado. Entre outras características, o papel exigia grande potência vocal, o que o galã de 80 anos ainda tem de sobra. Veja o que mais ele contou à Gazeta do Povo por telefone:

Como foi a sensação de estar no palco após 20 anos fora dele?

Muito boa. Eu encaro o personagem de tevê, cinema ou teatro da mesma maneira, com o mesmo cuidado e dedicação. Mas o importante em teatro é a reação imediata do público, que é incrível. Na tevê, as pessoas também participam, porque se inteiram da trajetória dos personagens, gostam, têm expectativa com o que vai acontecer. Mas isso não acontece no cinema, é uma coisa muito fria. Agora, quando vão ao teatro, as pessoas querem participar do jogo. Claro que todos sabem que aquela caixa preta não é um lugar verdadeiro, é uma criação pretendendo ser alguma coisa. E vão dispostas a participar desse espetáculo, acreditar na veracidade desses personagens com começo, meio e fim. O teatro tem suas diferenças e encantos, mas a maneira de encarar os personagens é, mais ou menos, a mesma.

“O Camareiro” tem tons tanto de drama quanto de comédia.

Sim, é uma peça engraçada e também dramática, profundamente humana. Todos os personagens envolvidos na trama vivem no mundo de pessoas sensíveis.

O fato de retratar uma montagem de uma peça de Shakespeare, Rei Lear, traz um prazer maior?

Ali é teatro dentro do teatro, é bonito passar isso para o público. Gosto muito desse papel, fiquei até um pouco surpreso quando me convidaram. É alguém que representa Shakespeare, o que faz dele um ator muito especial, com riqueza vocal, nuances, filigranas. Não é um qualquer.

Na sua vida, o senhor teve algum assistente tão próximo quanto o personagem Norman é para o ator “Sir”?

Não, pelo fato de ter ido para a televisão. Na peça é retratado um grupo fixo.

Por que levou 20 anos para voltar ao teatro?

Eu acabei ficando muito envolvido pela televisão. Ali vislumbramos um teatro popular e conseguimos um público muito numeroso. Foi uma conquista.

O senhor acompanhou diversas fases da televisão brasileira, desde seu início. Hoje, o que pensa da teledramaturgia nacional?

Há coisas boas e não tão boas, propostas novas. Acho importante que haja conceitos novos, de conteúdo e de forma.

O que achou do resultado de sua participação em “Velho Chico”?

Gostei muito. Gosto do Luiz [Fernando Carvalho, diretor], é talentoso, capaz, conhece bem o instrumento e o ator. Fiquei chateado de ser um papel tão curto.

O público de Curitiba gosta muito do senhor...

Estive várias vezes na cidade, sempre no Guairão. Ele assusta muita gente, mas, a mim, não há de assustar, porque sempre fui bem recebido lá. O público de Curitiba, que é tão exigente, vai gostar.

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