Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Música

Fórmulas para a não-repetição

Nando Reis lança novo álbum. Drês dá mais visibilidade para sua banda

Aos 46 anos, ex-Titã diz se sentir inseguro e com vontade de compor todos os dias | Fábio Bitão
Aos 46 anos, ex-Titã diz se sentir inseguro e com vontade de compor todos os dias (Foto: Fábio Bitão)
 |

1 de 1

Ele tem medo de se repetir. Por isso, para gravar Drês (Universal), seu quinto álbum-solo de estúdio, Nando Reis diz ter trabalhado metodicamente e ensaiado as faixas do disco com maior afinco. "Queria ter bastante tempo para buscar a intimidade com as músicas na hora de gravar", explica o músico, que não acredita na primeira impressão das coisas – principalmente as relacionadas ao seu trabalho.

"Drês" é a junção das palavras "três" e "Dri", apelido da ex-namorada Adriana Lotaif. O novo disco encerra uma trilogia que ainda tem A Letra A (2003) e Sim e Não (2006). "Esse nome é enigmático e parece uma palavra em francês, inglês, português...".

Desde que deixou o baixo dos Titãs, em 2002, Nando flutua entre a MPB e o pop rock, cantando sobre amor, amizade e relacionamentos. Todos esses temas estão de volta em Drês – gravado novamente com a banda Os Infernais –, que já em sua capa diz a que vem. No encarte, um coração estilizado é transpassado por quatro grandes pregos.

"Sim, é um disco que fala de relações amorosas e o fato de ter sido escrito para uma pessoa confirma isso. O amor é o fio condutor do álbum", explica. Entenda-se amor por "Dri". Mas também por Sophia – filha de Nando, também VJ da MTV –, na faixa "Só pra So", e pela mãe do cantor, falecida há cinco anos, relembrada com ternura em "Conta".

Todas as músicas já estavam prontas há cerca de um ano. Foram gravadas – com calma – em dois meses no estúdio Cia. dos Técnicos, no Rio de Janeiro. Compondo e gravando, Nando Reis, aos 36 anos, ameniza sua insegurança.

"Por mim, fazia músicas todo dia. Eu tenho necessidade de me certificar musicalmente. Sou inseguro, sim. Sei que tenho talento e experiência, mas sou inseguro", confessa o paulistano.

Como novidade, o álbum traz a parceria entre Nando Reis e Carlos Pontual – também guitarrista d’Os Infernais – em sua produção. Os pitacos de Pontual deram um novo colorido às formas musicais de Nando, que assina seus trabalhos com a banda desde o álbum MTV ao Vivo (2004).

"Esse dado é muito significativo. E por isso o disco é mais rock. Tem mais guitarras e não é tão centrado no violão. Acho que isso reflete a sonoridade da nossa banda hoje", conta o músico.

Algumas composições ainda serviram para ressuscitar o chamado "mago do pop" Lincoln Olivetti, que assina os arranjos de cordas e sopros. Nas décadas de 1970 e 1980, Olivetti foi arranjador de grandes nomes da MPB como Gilberto Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Roberto Carlos e Caetano Veloso. Apesar do sucesso, foi criticado por supostamente pasteurizar o gênero. Outras participações especiais são da cantora Ana Cañas, na acústica "Pra Você Guardei o Amor" e da percussionista Lan Lan em três faixas.

O show de Drês deve passar por Curitiba ainda neste ano. A cidade foi a primeira a receber Nando em um show-solo, quando do lançamento do disco 12 de Janeiro (2000), no extinto Coração Melão.

"É uma cidade peculiar. Se disser que me inspira, vai soar demagogo. Mas é gostoso estar aí", explica o músico, que enfatiza e comemora. "Se tem algo que eu posso dizer com segurança é que meu público cresceu."

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.