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Michelle Pfeiffer e Rupert Friend estão à frente do elenco de Cheri | Divulgação
Michelle Pfeiffer e Rupert Friend estão à frente do elenco de Cheri| Foto: Divulgação

Olhares diversos na tela grande

A diversidade do cinema europeu está presente em Berlim com os novos filmes de dois cineastas de gerações diferentes: o francês Bertrand Tavernier, com In the Electric Mist ; e o sueco Lucas Moodysson, com Mammoth.

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  • A britânica Brenda Blethyn é a mãe de um rapaz morto pelo terrorismo em London River

Berlim - Dois diretores de países, culturas e estéticas distintas exibiram seus filmes ontem na mostra competitiva do festival: o argelino/francês Rachid Bouchareb, com London River e o inglês Stephen Frears, com Cheri.

London River – muito aplaudido após a exibição e já considerados sério candidato ao Urso de Ouro – marca o retorno de Bouchareb a Berlim, onde esteve em 2001, com Little Senegal; e, em 2004, com o curta-metragem Le Villain Petit Poussin.

O filme, que se desenrola logo após o atentado a bomba em Londres, em julho de 2005, conta a história de um muçulmano (Sotigui Kouyaté), que vai à capital do Reino Unido procurar seu filho desaparecido. Paralelamente, uma mulher inglesa (Brenda Blethyn) também não tem notícias de sua filha desde que ocorreu a tragédia. Eles são contrastados, por conta das barreiras de idioma, choques culturais e diferenças religiosas, mas precisam aprender a se ajudar mutuamente, mesmo inicialmente rejeitando um ao outro.

Após a projeção, Bouchareb conversou com os jornalistas sobre a origem do filme e suas reflexões sobre o mundo de hoje. Disse ter optado por tratar do atentado em Londres porque "um fato como esse, não importa em qual lugar do mundo aconteça, afeta todos nós em maior ou menor escala". O que mais o interessou foi o fato de, entre os dezenas de mortos, estarem muçulmanos, cristãos, budistas, "enfim pessoas de todos os tipos e nacionalidades".

Bouchareb justificou a escolha da atriz Brenda Blethyn, premiada em Cannes e indicada ao Oscar por Segredos e Mentiras, porque acreditou que Sotigui Kouyaté poderia contracenar com ela. "Espero conseguir uma boa distribuição norte-americana que impulsione o filme, já que Brenda tem uma forte reputação na indústria cinematográfica. Além de excepcional. Ela tem tantos prêmios e indicações para o Oscar, que nossa esperança é que seja indicada para melhor atriz ela tem tudo para ganhar, porque seu trabalho é magnífico."

Drama de época

O britânico Stephan Frears está em competição com Cheri, no qual volta a trabalhar com Michelle Pfeiffer e o roteirista Christopher Hampton, com quem trabalhou em Ligações Perigosas.

O filme é ambientado na Paris de 1920 e conta a história do filho de uma cortesã, que tenta recriar suas fantasias após ter sido forçado a terminar um relacionamento com uma mulher mais velha do que ele. O diretor disse que resolveu fazer o filme imediatamente após ler o roteiro de Hampton. "Acho que ele é um roteirista incrível e, para mim, o roteiro é uma das partes mais importantes de um filme. Eu nunca tentei escrever porque não seria capaz e talvez, por isso, eu admire tanto as pessoas que podem fazer isso bem", afirmou.

Frears explicou por que escolheu o novato ator britânico Rupert Friend e como foi voltar a trabalhar com Michelle Pfeiffer.

"Eu não consegui encontrar alguém nos Estados Unidos que tivesse o que eu queria para o personagem. Não teve nada a ver com talento: os jovens que testei eram extremamente talentosos, mas não eram adequados para o papel. Quanto a Michelle, ela é muito poderosa. Tem algo a ver com sua beleza, mas também com tudo que ela é. Houve um momento que eu estava fazendo uma tomada e fiquei refletindo o quão extraordinária Michelle é".

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