
Se ainda havia alguma dúvida a respeito da falta que os curitibanos sentem dos grandes shows, ela virou poeira neste fim de semana, quando 45 mil pessoas compareceram ao BioParque para a terceira edição do festival Lupaluna.
Debaixo de frio e chuva a temperatura média em Curitiba foi de 14°C, mas a sensação térmica no BioParque, cercado por seis lagos, era próxima dos 10°C o público revezou-se entre os três palcos do festival para conferir as performances dos maiores nomes da música nacional e internacional. O vento gelado da noite de sexta-feira e a lama que se formou após o temporal de sábado à noite pareciam meros detalhes para a multidão, que aproveitou os shows para espantar o frio.
Primeira atração do LunaStage na sexta-feira, os curitibanos do Copacabana Club que na edição passada do festival se apresentaram no palco EcoMusic contribuíram para esquentar o público, incendiando a galera com o hit "Just Do It" e músicas inéditas presentes no primeiro álbum da banda, Tropical Splash, que será lançado em junho.
Os hits do trio Paralamas do Sucesso, que contou com o reforço do guitarrista e líder do Barão Vermelho Roberto Frejat, e o show morno da banda britânica The Cult serviram de "esquenta" para o que viria a ser o momento mais memorável da primeira noite: a apresentação da baiana Ivete Sangalo.
Não sobrou um espaço vazio em frente ao LunaStage durante o show de Ivete, que colocou o público para dançar ao som de sucessos como "Berimbau Metalizado", "Festa" e "Arerê". "Só o clima aqui é frio, porque vocês são quentes", observou a cantora.
Com a plateia tinindo, quem se deu bem foram os santistas do Charlie Brown Jr., responsáveis pelo show mais pesado da primeira noite. Já na tenda EcoMusic, o grande destaque da sexta-feira foram os shows do pernambucano Otto e do grupo Monobloco.
Sábado
O segundo dia do Lupaluna começou com o mesmo frio que marcou a abertura do festival. O rapper paulistano Emicida e os gaúchos do Fresno tiveram de se contentar com um público ainda pequeno, assim como as atrações da EcoMusic. Por lá, a situação mudou de figura durante o show dos curitibanos do Sabonetes. Em formato de quinteto, com a participação do músico Rodrigo Lemos, a banda levou fãs ao festival e canções como "Hotel" e "Quando Ela Tira o Vestido" foram cantadas verso a verso.
Graciosa, a matogrossense Vanessa da Matta tentou não se deixar abater pelo temporal que assolou o BioParque durante sua apresentação no LunaStage. Enquanto grande parte do público correu em busca de abrigo, os que ficaram arranjaram capas de chuva para acompanhá-la no refrão de "Ai, Ai, Ai". Descalça e ensopada pela chuva, Vanessa teve de interromper a apresentação abruptamente, pois o palco foi inundado pela chuva.
A atração mais esperada da noite, o trio californiano Sublime with Rome, também se apresentou debaixo de chuva, porém, já menos intensa. Sem o baterista original Bud Gaugh, ausente por problemas familiares, Rome Ramirez (guitarra e vocal) e Eric Wilson (baixo) contaram com a ajuda do músico Matt Ochoa para tocar os maiores hits da banda, entre eles, "Smoke Two Joints", "Date Rape" e "Santeria". Pouca gente conseguiu ficar parada com a levada ska do trio.
Os brasilienses do Capital Inicial compensaram o show da edição passada do Lupaluna, em que, devido a um temporal, tiveram de improvisar um acústico. Desta vez, carregaram no peso das guitarras para agitar o público com os hits "Natasha", "Independência", "Não Olhe Para Trás" e "Primeiros Erros". O vocalista Dinho Ouro Preto fez ainda uma homenagem a Renato Russo, incluindo as músicas "Que País é Este" e "Fátima" no repertório. O show contou também com a participação especial de Digão, da banda Raimundos, tocando "Mulher de Fases" ao lado do Capital.
Também pela segunda vez no Lupaluna, o rapper carioca Marcelo D2 foi quem mais levou público ao LunaStage na noite de sábado. Com o término de sua apresentação, a plateia migrou para o EcoMusic, onde se apresentava o quarteto Raimundos, que destilou os principais hits acumulados pela banda nos anos 90, encerrando de forma apoteótica com a irreverente "Puteiro em João Pessoa".
Ao fim do evento, além de roupas e calçados encharcados de lama para serem lavados no dia seguinte, restou uma certeza: com sua escalação variada, o Lupaluna foi garantia de diversão para todos os públicos. Que venham mais edições!




