
Depois de uma prestigiada apresentação na Capela Santa Maria no último domingo, professores da Oficina de Música fazem hoje o segundo concerto de música antiga totalmente dedicado à obra de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
Desta vez, estes músicos de ponta serão acompanhados por uma orquestra barroca formada por alunos. Terminados os cursos da oficina, eles começam a participar de concertos abertos ao público fase que, do ponto de vista da formação, é uma das mais importantes do evento, de acordo com professores.
"Independentemente do nível dos alunos, nós os tratamos como colegas, não apenas como aprendizes", explica o coordenador do Núcleo de Música Antiga da Oficina de Música de Curitiba, Rodolfo Richter. "Tanto na orquestra como no coro, enfatizamos que os alunos atuam junto com os professores. A intenção é de atrair os alunos como um ímã, para que cheguem ao nosso nível", diz.
Experiência profissional
O trompista Edivaldo Chiquini, professor de Prática de Banda Sinfônica na Oficina de Música cuja apresentação acontece amanhã (saiba mais nesta página), explica que as atividades são fundamentais para a formação dos alunos. "Muitas vezes, eles nunca tocaram em conjunto, e isso é necessário", explica o músico, que é integrante da Orquestra Sinfônica do Paraná.
"É isso que venho trabalhando nas aulas: a experiência da música em conjunto, as dinâmicas, a afinação e, acima de tudo, a interpretação, que é transformar aquelas simples bolinhas escritas na folha de papel em música capaz de transmitir emoção. E vejo que os alunos conseguem assimilar muito nestes dias em que estivemos juntos", diz.
Um de seus alunos, Samuel Petean, explica que a prática torna as aulas técnicas dos instrumentos mais proveitosas. "Ali, você tem que chegar pronto para tocar e fazer tudo na hora. Isso é viver a realidade de orquestra. Na vida profissional vai ser assim", conta Petean, que é aluno do curso de percussão.
Imersão
A experiência compensaria a curta duração dos cursos da Oficina, conforme explica o professor de percussão Ricardo Bologna. "Embora sejam curtos [seis dias], os cursos podem ser determinantes para o aluno, ao ponto de ele desistir de vez de ser músico, ou decidir realmente entrar para a profissão", diz. "O aluno é submetido a uma pressão de estudos em muito pouco tempo, e tem que render o máximo possível. É um curso de imersão musical."
A intensidade da Oficina também teria a função de dar conta do longo espaço de tempo entre uma imersão e outra, já que, em geral, alunos de música têm este tipo de curso à disposição apenas duas vezes por ano os festivais de verão e os de inverno.
"Esperar mais um ano por um professor de alto nível faz o processo muito lento", explica Richter, referindo-se a áreas mais específicas, como música antiga. "Mas o crescimento do aluno é muito grande."



