
CD/DVDYellow SubmarineReino Unido/Estados Unidos, 1968. Direção de George Donney e Dennis Abey. EMI. R$ 34,90 (CD), R$ 49,90 (DVD) e R$ 84,90 (Blu-ray). Animação.
Baseado na música homônima de John Lennon e Paul McCartney, que eternizou a figura do "submarino amarelo" e criou o reino de Pepperland, o clássico filme Yellow Submarine pode ser entendido, ainda hoje, como um conto fantástico que prega paz e amor. Lançado em 1968, no auge do flower power, a obra psicodélica marcou o cinema ao integrar o desenho livre às inovações técnicas da animação. Agora, o filme é relançado em DVD e Blu-ray.
Inspirado pelas novas tendências artísticas daquela geração, Yellow Submarine bebe da pop art de Andy Warhol e Pater Blake. Dirigido por George Dunning e escrito por Lee Minof, Al Brodax, Jack Mendelsohn e Erich Segal, o submarino amarelo começou sua viagem quando Brodax (que já havia produzido cerca de 40 episódios de uma série animada dos Beatles para o canal ABC), propôs ao empresário Brian Epstein que eles rodassem um longa de animação da maior banda da história.
Preste atenção: alguns extras especiais fazem parte do relançamento: há um minidocumentário chamado Mod Odyssey, o trailer original do filme, comentários do produtor John Coates e do diretor de arte Heinz Edelmann, entrevistas com outros envolvidos na produção, sequências do storyboard original, 29 desenhos a lápis e 30 fotos de bastidores. A trilha sonora de Yellow Submarine, (que entre outras músicas tem "Eleanor Rigby", "When Im Sixty Four" e "All You Need Is Love"), também foi relançada em CD.
PodcastQuarto Ato Teatro em Todos os Sentidos http://quartoato.com.br/podcast
De repente, uma explosão de comentários sobre teatro invade Curitiba. Nos últimos dias, pelo menos dois blogs passaram a analisar a produção cênica local: cenacuritibana.wordpress.com e gazetadopovo.com.br/blog/teatrofagia, hospedado no site da Gazeta do Povo. E, desde o último Festival de Curitiba, um grupo formado pelo ator Emerson Nery e os atores amadores Guto Souza e Monique Rau, que se conheceram no Instituto Federal do Paraná, comentam peças num tom divertido no formato de podcasts em Quarto Ato Teatro em Todos os Sentidos. São gravações de conversas descontraídas, com duração média de meia hora, que se ouve no próprio site ou baixando o arquivo MP3.
Ouça e relaxe: antes de acessar os programas, é melhor comprar a ideia de leveza proposta pelo grupo, que pretende ampliar o âmbito da conversa sobre teatro na cidade para além dos nichos costumeiros. O programas mais novos falam sobre as peças Buraco da Fechadura e Homem ao Vento. Com frequência, há convidados da área. Em meio às diversas questões discutidas e de muito papo entre amigos, o grupo insere na edição uma sonoplastia inspirada em programas de humor como o CQC, com suas interjeições e comentários irônicos.
DVD A Outra TerraEstados Unidos, 2011. Direção de Mike Cahill. Fox/AMZ. Preço médio: R$ 39,90. Classificação indicativa: 16 anos. Drama.
Um dos filmes mais comentados do Festival de Sundance em 2011, A Outra Terra traz a também roteirista Brit Marling no papel de Rhoda Williams, uma estudante de Astrofísica no prestigiado MIT (Massachussets Institute of Technology) que vê sua vida perder o rumo quando causa um grave acidente automobilístico com vítimas fatais. A colisão foi causada por uma distração, enquanto ela tentava enxergar um outro planeta, idêntico à Terra, que acaba de ser descoberto. Rhoda é presa por quatro anos, e quando é solta, procura o único sobrevivente da tragédia, na qual ele perdeu a esposa e o filho, com o intuito de pedir perdão. Acaba se empregando como faxineira na casa do homem sem que ele saiba quem ela é.
Por que ver? O inventivo roteiro de Cahill e Brit mistura elementos da ficção científica a uma trama dramática e essencialmente realista, criando um filme ao mesmo tempo onírico, provocativo e surpreendente que merece ser visto.
CDShape ShifterSantana. Sony/BMG. R$ 27,90. Rock.
O novo CD do guitarrista e compositor mexicano Carlos Santana, Shape Shifter, decepciona. Com uma sonoridade estranha, o 36.º álbum da carreira do músico peca na produção e não lembra momentos mais inspirados de Santana, como em Abraxas (1970) e Supernatural (1999). O novo disco mantém a mistura de rock com ritmos latinos, mas, até por isso, não atualiza o som do músico. Os solos, os arranjos e os temas das letras aqui e ali já apareceram em álbuns anteriores do guitarrista. É mais do mesmo.
O CD tem 13 faixas e apela para o misticismo, numa tentativa de agradar aos fãs e angariar o público que gosta do que se convencionou chamar de world music. O diálogo entre a guitarra de Carlos Santana e os outros instrumentos é cheio de clichês, parecendo que o mexicano toca apoiado por um sintetizador.
Preste atenção: Os bons momentos de Shape Shifter aparecem da metade do disco para frente. "Macumba in Budapest" e "Mr. Szabo" resvalam para os mesmos problemas das faixas iniciais, mas os músicos de apoio, principalmente de percussão, seguram as pontas.
LivroHistória do Pé e Outras FantasiasJ.M.G. Le Clézio. Tradução de Leoardo Fróes. Cosac Naify, 320 págs., R$ 59,90. Novelas.
Primeira obra do escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio após a conquista do prêmio Nobel de literatura em 2008, História do Pé e Outras Fantasias reúne dez novelas marcadas por um estio literário mais sensorialista e instintivo do que podemos observar em seus romances publicados no Brasil. Ambientadas, cada uma, em um cenário diferente, passando por Paris, Senegal, Serra Leoa e Libéria, as novelas têm frequentemente protagonistas femininas que resistem ao mundo masculino que as rodeiam. O livro fecha com "Quase Apólogo", em que o autor analisa sua experiência com o ofício da escrita e se vale de imagens e alegorias para fazer o leitor partilhar de sua sina com as letras.
Por que ler? História do Pé e Outras Fantasias repete as temáticas principais da obra de Le Clézio, como a fragilidade e a opressão, principalmente contra as mulheres, e ajuda a compreender a obra de um autor premiado ainda sem muita repercussão no Brasil.



